sábado, 15 de agosto de 2009

Elogio Arrasador

- A mulher olha-se no espelho e diz ao marido:

- Estou tão feia, gorda e acabada!

- Preciso de um elogio...

- E o marido responde:

A tua visão está óptima!!!!

fonte: e-mail

NS

Premier League começa, agora sem o artista Ronaldo

CR7 é a grande ausência. Candidatos? Os 'Big Four' e... Man. City. O maior show à face da Terra - the greatest show on earth, como dizem os ingleses - está de regresso, mas sem o grande artista dos últimos seis anos: Cristiano Ronaldo. O melhor jogador do Mundo fez manchete na generalidade da imprensa mundial ao trocar o Man. United pelo Real Madrid na maior transferência do desporto-rei - 94 milhões de euros - e conquistou tudo o que havia para ganhar em terras de sua majestade: Premiership (três vezes), Taça (uma), Taça da Liga (duas) e Supertaça (uma), melhor jogador jovem, melhor jogador da Liga e melhor marcador. Por tudo isto, e pelos inúmeros momentos de genialidade com que pincelou a competição fará, por certo, muita falta.
O 'Big Four' e os novos ricos Sem Cristiano Ronaldo (e sem Carlos Tevez), a equipa de Alex Ferguson, que esta época já perdeu a Supertaça para o... Chelsea, é um dos favoritos à conquista do título. Conservou a (valorosa) espinha dorsal da equipa, reforçou-se com António Valencia, Owen e Obertan, e ainda tem muitos milhões para gastar. Em quem, só o tempo o dirá.
No Chelsea, o nome mais sonante é o de Carlo Ancelotti, treinador de 50 anos, que saiu do Milan para abraçar novo projecto em Londres. Adquiriu Zhirkov, e promete italianizar o futebol do Chelsea. Resta saber com que resultados.
Liverpool, que perdeu Xabi Alonso e Arbeloa para o Real Madrid (mas garantiu Glen Johnson e Alberto Aquilani), e Arsenal, que ficou sem Adebayor e Kolo Touré mas conservou Fabregas, Arshavin e Van Persie, são, como sempre, rivais a ter em conta na luta pelo título, que no caso dos reds já escapa há 17 anos. Além do tradicional big four - os quatro grandes -, há que contar com o milionário Man. City, que gastou qualquer coisa como 166 milhões de euros em aquisições, valor só superado neste Verão pelo Real Madrid. E nomes como Carlos Tevez, Emmanuel Adebayor, Kolo Touré, Gareth Barry, Roque Santa Cruz e Stuart Taylor, aliados aos de Robinho, Ireland, etc., vão revolucionar o futebol dos blues de Manchester. Será suficiente para repetir os títulos de 1936/37 e 1967/68? Lá para Maio - o campeonato termina no dia 9 - saber-se-á a resposta a essa questão. Até lá, mais de 200 países - têm o privilégio de seguir o maior show à face da terra, ou seja, the greatest show on earth.

by Paulo Jorge Santos (abola)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

"ALGO HICIMOS MAL"

"Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e latinoamericanos se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América, é para pedir-lhe coisas ou para reclamar coisas. Quase sempre, é para culpar os Estados Unidos de nossos males passados, presentes e futuros. Não creio que isso seja de todo justo.
Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes que os Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras universidades desse país.

Não podemos esquecer que nesse continente, como no mundo inteiro, pelo menos até 1750 todos os americanos eram mais ou menos iguais: todos eram pobres. Ao aparecer a Revolução Industrial na Inglaterra, outros países sobem nesse vagão: Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, e aqui a Revolução Industrial passou pela América Latina como um cometa, e não nos demos conta. Certamente perdemos a oportunidade. Há também uma diferença muito grande.

Lendo a história da América Latina, comparada com a história dos Estados Unidos, compreende-se que a América Latina não teve um John Winthrop espanhol, nem português, que viesse com a Bíblia em sua mão disposto a construir uma Cidade sobre uma Colina, uma cidade que brilhasse, como foi a pretensão dos peregrinos que chegaram aos Estados Unidos. Faz 50 anos, o México era mais rico que Portugal. Em 1950, um país como o Brasil tinha uma renda per capita mais elevada que o da Coreia do Sul. Faz 60 anos, Honduras tinham mais riqueza per capita que Singapura, e hoje Singapura em questão de 35 a 40 anos é um país com $40.000 de renda anual por habitante. Bem, algo nós fizemos mal,os latino-americanos. Que fizemos errado? Nem posso enumerar todas as coisas que fizemos mal. Para começar, temos uma escolaridade de 7 anos. Essa é a escolaridade média da América Latina e não é o caso da maioria dos países asiáticos. Certamente não é o caso de países como Estados Unidos e Canadá, com a melhor educação do mundo, similar a dos europeus. De cada 10 estudantes que ingressam no nível secundário na América Latina, em alguns países, só um termina esse nível secundário. Há países que têm uma mortalidade infantil de 50 crianças por cada mil, quando a médianos países asiáticos mais avançados é de 8, 9 ou 10.

Nós temos países onde a carga tributária é de 12% do produto interno bruto e não é responsabilidade de ninguém, excepto nossa, que não cobremos dinheiro das pessoas mais ricas dos nossos países. Ninguém tem a culpa disso, a não ser nós mesmos. Em 1950, cada cidadão norte-americano era quatro vezes mais rico que um cidadão latino-americano. Hoje em dia, um cidadão norte-americano é 10, 15 ou 20 vezes mais rico que um latino-americano. Isso não é culpa dos Estados Unidos, é culpa nossa.
No meu pronunciamento desta manhã, me referi a um facto que para mim é grotesco e que somente demonstra que o sistema de valores do século XX, que parece ser o que estamos pondo em prática também no século XXI, é um sistema de valores equivocado. Porque não pode ser que o mundo rico dedique 100.000 milhões de dólares para aliviar a pobreza dos 80% da população do mundo "num planeta que tem 2.500 milhões de seres humanos com uma renda de $2 por dia" e que gaste 13 vezes mais ($1.300.000.000.000) em armas e soldados. *Como disse esta manhã, não pode ser que a América Latina gaste $50.000* milhões em armas e soldados.
Eu me pergunto: quem é o nosso inimigo? Nosso inimigo, presidente Correa, desta desigualdade que o Sr. aponta com muita razão, é a falta de educação; é o analfabetismo; é que não gastamos na saúde do nosso povo; que não criamos a infra-estrutura necessária, os caminhos, as estradas, os portos, os aeroportos; que não estamos dedicando os recursos necessários para deter a degradação do meio ambiente; é a desigualdade que temos que nos envergonhar realmente; é produto, entre muitas outras coisas, certamente, de que não estamos educando nossos filhos e nossas filhas.Vá alguém a uma universidade latino-americana e parece, no entanto que estamos nos anos sessenta, setenta ou oitenta. Parece que nos esquecemos de que em 9 de Novembro de 1989 aconteceu algo de muito importante, ao cair o Muro de Berlim, e que o mundo mudou.
Temos que aceitar que este é um mundo diferente, e nisso francamente penso que os académicos, que toda gente pensante, que todos os economistas, que todos os historiadores, quase concordam que o século XXI é um século dos asiáticos não dos latino-americanos. E eu, lamentavelmente, concordo com eles. Porque enquanto nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos discutindo sobre todos os "ismos" (qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...), os asiáticos encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do século XX, que é o *pragmatismo.
Para só citar um exemplo, recordemos que quando Deng Xiao ping visitou Cingapura e a Coréia do Sul, depois de ter-se dado conta de que seus próprios vizinhos estavam enriquecendo de uma maneira muito acelerada, regressou a Pequim e disse aos velhos camaradas maoístas que o haviam acompanhado na Grande Marcha: "Bem, a verdade, queridos camaradas, é que a mim não importa se o gato é branco ou negro, só o que me interessa é que cace ratos". E se Mao estivesse vivo, teria morrido de novo quando disse que "a verdade é que enriquecer é glorioso". E enquanto os chineses fazem isso, e desde 1979 até hoje crescem a 11%, 12% ou13%, e tiraram 300 milhões de habitantes da pobreza, nós continuamos discutindo sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás. A boa notícia é que isto Deng Xiao ping o conseguiu quando tinha 74 anos. Olhando em volta, queridos presidentes, não vejo ninguém que esteja perto dos 74 anos. Por isso, só lhes peço que não esperemos completá-los para fazer as mudanças que temos que fazer."
Muchas gracias.

"Discurso proferido pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias na cúpula das Américas em Trinidad e Tobago aos 18 de Abril de 2009 na presença de vários presidentes latino-americanos"

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:
" Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínim,o uns trinta inimigos. O talento assusta ."
E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui em Angola ou no Brasil.
Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma Ciência.
Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder. Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.
Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos. Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender. É um paradoxo angustiante. Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.
Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues. "Finge-te de idiota e terás o céu e a terra. O problema é que os inteligentes gostam de brilhar, que Deus os proteja".
" O autor é José Alberto Gueiros "