segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Capitalismo, dinheiro e ética

Há milhares de empresas, grandes, pequenas e gigantes, espalhadas por esse mundo fora, onde a gestão é bem feita, o trabalho é sério, a produção é de qualidade e a comercialização é adequada. E, todavia, estão à beira da falência, suspendendo a produção, fechando para férias não desejadas nem previstas ou suplicando a ajuda dos governos. E, porquê? Porque o mercado não quer os seus produtos, porque não são concorrenciais? Não, porque o mercado não tem dinheiro para comprar o que produzem. E não tem, porque as poupanças médias foram sorvidas, melhor dizendo, roubadas, pelo sector financeiro especulativo. Não há dinheiro na mão dos consumidores porque os Oliveira Costa, os Rendeiros, os Madoff deste mundo agarraram nas poupanças que lhes confiaram e desbarataram-nas de duas maneiras: ou aplicando-as em pura especulação, sem qualquer critério de prudência e boa gestão; ou, pura e simplesmente, roubando-as, em benefício próprio.
Bernard Madoff representa o ponto extremo do capitalismo de sarjeta tão caro ao espírito "laissez faire, laissez passer" que os liberais dos tempos modernos nos venderam como cartilha tão infalível quanto a do marxismo-leninismo. Ambas têm em comum a capacidade notável de conduzir as nações à ruína, em benefício de uma restrita elite: a da casta dos "play-makers" da alta finança ou a dos quadros do Partido. Nicolae Ceausescu, que chefiava uma nação comunista e miserável, vivia rodeado de mordomias só comparáveis às dos marajás da Índia imperial: mas era tido e louvado como um 'revolucionário socialista'. Bernard Madoff, que simbolizava exemplarmente o sonho americano de vir do nada até ao infinito, era cativante, 'moderno', filantropo, sócio do Palm Beach Country Club, garantia de seriedade e profissionalismo: um génio da finança, que se dava ao luxo de não aceitar qualquer cliente para a sua 'grande mentira'. Com uma diferença: Ceausescu só enganava quem se queria deixar enganar; Madoff enganou todos, ao longo de trinta anos, e, entre eles, os melhores bancos do planeta, a fina flor dos analistas financeiros e as autoridades de suposta vigilância dos mercados americanos. Ah, e outra diferença: Ceausescu acabou preso e executado; Madoff está em casa, de pulseira electrónica e rodeado de luxo. Dir-me-ão que Ceausescu foi responsável pela morte de milhares de pessoas e Madoff não. Até certo ponto: Madoff levou e levará milhares de pessoas ao desemprego, milhares de famílias à miséria, dezenas de organizações de beneficência ao fim, alguns, mais desesperados, ao suicídio. Estou como o dr. Mário Soares: terá de haver sangue. Mas, forçosamente, suor e, desejavelmente, lágrimas.
Isto não é apenas uma crise económica, nem o resultado das aventuras criminosas de algumas ovelhas tresmalhadas do rebanho. Isto é, sobretudo, o resultado de uma crise de valores - políticos, sim, mas também éticos. É o resultado de o Estado se ter demitido do seu papel de vigilância e controlo dos poderosos e de a sociedade se ter dispensado de questionar a origem dessas súbitas e espantosas fortunas que cresceram debaixo dos nossos pés. O dinheiro deixou de ser um ponto de chegada para passar a ser um ponto de partida. Dantes, era necessário justificar socialmente a origem do dinheiro e nem mesmo os novos-ricos legítimos eram bem aceites; hoje, é o dinheiro que, por si só, justifica tudo. Lembro-me de o meu pai me contar que, num julgamento onde participava, apareceu para testemunhar um senhor com um ar importantíssimo e cheio de si que, perguntado pela profissão, respondeu:
- Capitalista!
A sala rebentou numa gargalhada e o juiz interpelou-o:
- Isso não é profissão...
- Pode crer que é, sr. dr. Juiz! - volveu o tipo, sempre seguro de si e da sua importância. Sem o saber, estava, contudo, apenas a antecipar o que viria a ser a regra banal dos tempos de hoje.
Nesses tempos de então, o homem mais rico de Portugal, António Champalimaud, detestava que alguém se atrevesse a tratá-lo por 'capitalista' e definia-se sempre como um 'industrial' - palavra que, a seus olhos, tinha quase uma conotação marxista, de quem se impunha pelo seu trabalho, pelo seu talento, pela obra feita e pela riqueza criada. Hoje, um dos homens que integra a lista dos dez mais ricos de Portugal, entrevistado neste mesmo jornal há tempos, revelava com orgulho que não dava trabalho a mais do que meia dúzia de 'colaboradores'. Era e é um mero especulador bolsista, aplicando a velha máxima marxista de que o dinheiro gera dinheiro e convencido de que é um génio da finança e da 'gestão'. Espero que esteja agora afogado nos fundos Madoff ou em barris de petróleo comprados a 147 dólares o barril, enquanto nós e o país sofríamos com os preços inflacionados por estes abutres do sistema...
A crença de que a sociedade e o poder político se tinham desinteressado de questionar a origem das fortunas e a legitimidade dos negócios puramente especulativos levou a uma espécie de embriaguez moral, que corrompeu sem remissão excelentes quadros financeiros, extremosos chefes de família e devotos cristãos sem mácula. Quando leio que as administrações do BCP - esse "case study" da excelência bancária - criaram dezassete "off-shores", que, entre outras coisas pouco recomendáveis, poderão ter servido também para comprar anonimamente acções do próprio branco e assim fazer subir artificialmente as suas cotações (e, logo, fazer empolar os resultados do exercício e os prémios de gestão dos próprios administradores), realizo que isto, a confirmar-se, é a completa falta de vergonha. Eram os gestores a usarem o dinheiro do banco para, indirectamente, se enriquecerem a si próprios. Ou seja, roubarem o próprio banco que geriam. E ainda querem a prisão preventiva para quem assalta carros?
Vi há dias uma manifestação de desempregados do Norte, gente que viu ir à falência uma série de empresas que nem sequer lhes pagaram os salários até ao encerramento. Eram umas duas centenas de trabalhadores, em representação de cerca de 6000 que estão nestas condições e que reclamavam uma coisa muito simples: se há dinheiro do Estado para pagar os buracos dos bancos, por que não há dinheiro para lhes pagar a eles e depois ir executar as empresas? De facto, eles têm toda, absolutamente toda, a razão. Trata-se de 90 milhões de euros que lhes são devidos - em comparação com os mil milhões já injectados nessa vergonha do BPN ou os 450 milhões de aval (obviamente perdidos) nessa brincadeira do BPP. É indispensável que haja um mínimo de moralidade em toda esta escandaleira. É preciso que não sejam os contribuintes e os trabalhadores sem culpa alguma a pagar a factura dos crimes alheios, para que eles fiquem apenas menos ricos e impunes e possam, mais adiante, retomar o "business as usual" e voltar a reclamar os mesmos privilégios, atenções e louvores do costume. Por muito menos do que isto fizeram-se revoluções.
by Miguel Sousa Tavares

A Bush já se atirou tudo e mais um par de botas

Percebemos finalmente onde é que os iraquianos tinham escondido as armas. Andavam em cima delas, os dissimulados.
É curioso notar que a pequena História consegue ser, na maior parte das vezes, mais significativa e esclarecedora do espírito de uma época do que a grande História. Para mim é uma sorte, porque tenho um interesse muito grande pela primeira, e pouca paciência para a segunda. Posto isto, é um milagre que a RTP ainda não me tenha arranjado um programa no segundo canal.
O caso do jornalista iraquiano que atirou os sapatos a George W. Bush é um desses momentos que, por muito que seja excluído dos livros, nos faz compreender melhor o mundo em que vivemos. Em primeiro lugar, percebemos finalmente onde é que os iraquianos tinham escondido as armas. Andavam em cima delas, os dissimulados. É possível que, nas suas visitas ao Iraque, Hans Blix nunca tenha reparado que os nativos tinham os pés enfiados nos projécteis. Trata-se de um daqueles estratagemas genialmente simples que enganam toda a gente, mesmo exibindo descaradamente a prova do crime.
Em segundo lugar, nesta altura os alvos dos americanos estão definidos com uma clareza inultrapassável. A localização dos arsenais de guerra iraquianos foi, finalmente, revelada: há que atacar a Foreva da baixa de Bagdade, a Pablo Fuster de Karbala e a Hush Puppies de Tikrit.
Em terceiro lugar, tornou-se evidente para todos que Bush tem, de facto, estofo de estadista. Não é qualquer pessoa que se esquiva de um sapato arremessado àquela velocidade e volta a encarar o agressor com a nonchalance de quem pergunta: «Gosto do modelo, mas tem isto em 42?» Talvez seja importante não esquecer que, sendo texano, Bush está, provavelmente, habituado a que lhe atirem botas esporadas, consideravelmente maiores e mais perigosas do que os vulgaríssimos sapatos que o jornalista iraquiano optou por arremessar.
Em quarto lugar, ficou claro mais uma vez que um homem agredido reúne a simpatia de toda a gente. Mesmo sendo o presidente mais impopular de sempre, Bush recebeu votos de apoio de várias personalidades internacionais. Sarkozy qualificou o incidente de «inadmissível», Angela Merkel telefonou a Bush para lhe exprimir solidariedade e Imelda Marcos mandou um telegrama a dizer «Sortudo!».
Parece óbvio, por isso, o contributo precioso que este episódio oferece para a melhor compreensão do mundo actual. De acordo com as últimas notícias, juntou-se uma multidão à porta da cadeia em que o jornalista foi detido, exigindo a sua libertação. E, ao que parece, nem todos os manifestantes são soldados americanos que desejam ajudá-lo a melhorar a pontaria.
by Ricardo Araújo Pereira

O ‘bullying’ de José Mourinho

Os mind games do Mourinho sempre foram inspirados nos bate-boca de escola. Os remonques com que ele irritava Alex Fergunson e Rafa Benítez eram claramente devedores de clássicos como "o meu pai é polícia e bate no teu".
Para os dois ou três leitores que não acompanham com atenção a vida familiar de José Mourinho, aqui fica a novidade: ao que parece, o Special One tirou os filhos do colégio inglês que frequentavam em Palmela. Não o censuro. Eu também não gostaria que os meus filhos andassem numa escola em que os pais dos outros alunos batem na miudagem. Pode ser perigoso.
Já sei, já sei. O Mourinho não bateu no miúdo. A notícia foi logo desmentida, facto aliás inédito na nossa imprensa tablóide, sempre tão rigorosa. Mas ainda assim não consigo evitar uma certa desilusão com o comportamento do melhor treinador do mundo neste caso. Admito que certas crianças que andam na escola com os filhos do Mourinho são como a imprensa inglesa (embora tenham, talvez, um pouco mais de maturidade): fazem escândalo por tudo e por nada, insultam a torto e a direito, e mal sabem escrever. Mas esperava-se que Mourinho, tendo vivido tantos anos em Inglaterra, soubesse lidar melhor com o fenómeno. Em vez do Daily Mirror, agora tem de ouvir o Pedrinho. Se nunca puxou cabelos nem orelhas aos tablóides ingleses, que bem mereciam o correctivo, porquê tentar fazê-lo agora a uma criança de 12 anos? Melhor e mais eficaz teria sido se Mourinho tivesse aplicado ao Pedrinho os seus famosos mind games. Já serviram para irritar as personalidades mais poderosas do mundo do futebol, pelo que têm currículo mais do que suficiente para arrasar um adolescente pré-púbere de Palmela. Os mind games do Mourinho sempre foram, aliás, inspirados nos bate-boca da escola. Os remoques com que ele irritava Alex Ferguson e Rafa Benítez eram claramente devedores de clássicos como «o meu pai é polícia e bate no teu», ou «quem diz é quem é».
Julgo que, neste momento, já é óbvio para todos o que Mourinho devia ter feito. Chamava o Pedrinho à parte e dizia-lhe: «A minha filha tem melhores notas do que tu, pá. Tu estás no oitavo ano e ela no sexto porque tens sido beneficiado pelos professores, mas embora sejas dois anos mais velho do que ela, a miúda vai acabar a faculdade primeiro do que tu. E eu, quando sair daqui, vou comprar a casa dos teus paizinhos só para deitar tudo abaixo e colocar no mesmo sítio um cartaz de 50 metros por 20 a dizer que tu fazes chichi na cama.» Creio que, depois disto, o puto teria saído do colégio inglês de Palmela, e passaria a ser o pior aluno da escola secundária de Pinhal Novo. Tudo em menos de quinze dias.
by Ricardo Araújo Pereira

sábado, 27 de dezembro de 2008

Memo Ochoa: Mexicano Voador

Correm tempos em que a magia e o espectáculo passam quase inteiramente pelos pés dos atacantes e médios mais criativos. No entanto, e segundo reza a história do futebol, sempre houve figuras que nos marcaram pelas qualidades comprovadas em terrenos mais discretos. E discreto não significa menos importante, de todo, como o comprova Guillermo Ochoa, a mais recente coqueluche do futebol Mexicano.
Preud’homme, Kahn, Zoff, Buffon, Higuita, Goycoechea. Todos eles, em seu tempo, marcaram uma geração naquela que é uma das mais mágicas e adoradas posições num campo de futebol: a de guarda-redes. Independentemente da espectacularidade empregue a cada lance, o tempo veio-nos revelar como a arte de um bom guarda-redes consiste primordialmente na capacidade de manter a tranquilidade, a serenidade. E estes predicados permitem-nos ainda hoje distinguir o bom do sublime. Ochoa é precisamente isso: envolto no sangue-quente latino-americano, o guardião Mexicano de 22 anos mantém uma presença notável, e ultrapassa limites imaginários na defesa das suas redes.
Nascido à 22 anos em Guadalajara, Jalisco, Memo era ainda um rebento quando foi lançado às feras no Club America. Tinha apenas 17 anos, mas Leo Beenhakker não hesitou em escalá-lo para titular, isto perante a lesão do vetereno Adolfo Rios. Para imprensa e adeptos foi amor à primeira vista, e apesar da fogaz passagem de Ruggeri pelo comando da equipa - que relegou Ochoa para suplente - o guardião Mexicano rapidamente ganhou a sua posição na equipa, sendo no ano seguinte campeão do seu país. O percurso que vem desbravando encontra um paralelo evidente na Europa, no ‘merenge’ Iker Casillas: um enorme carácter, um forte espírito de equipa, e a ascensão natural a ícone da equipa.
Indiscutível no seu clube de sempre (com cerca de 150 partidas efectuadas até ao momento) e titularíssimo na selecção do seu país (onde já conta com 15 jogos), é natural a ambição de um “salto” para a Europa, onde é disputado o mais competitivo futebol do planeta. Aquele que é considerado unanimemente como o melhor guardião americano da actualidade tem certamente a sua marca a deixar na Europa. As competições sul-americanas são actualmente competitivas e bem disputadas, e a presença em provas como a Copa América, Taça Libertadores ou Jogos Olímpicos de Atenas fazem deste jovem jogador uma aposta segura.
Tecnicamente, Ochoa é espectacular a todos os níveis. Na baliza, tem a sobriedade de um veterano e a agilidade de um jovem. É particularmente forte no um contra um, e funciona por instinto para conseguir defesas a todos os níveis inacreditáveis. Os seus 1.86m são suficientes para as bolas mais compridas, e a sua bravura permite-lhe lutar por qualquer lance com o pensamento em vencê-lo.
Na América do Sul, Ochoa é um ícone e prova disso são os recentes anúncios publicitários para a Coca-Cola, ou o contrato conseguido com um famoso jogo de computador. No fundo, nada de anormal num mundo globalizado como o vivemos. O que é de facto de enaltecer é a maturidade deste jovem jogador, que com 22 anos continua os seus estudos na Universidade e não coloca sequer a hipótese de os interromper. A nomeação para a Bola de Ouro 2007 foi a sua primeira grande conquista; a segunda poderá estar seguramente para breve - AC Milan, Manchester Utd, entre outros, estão na fila da frente por mais um prodigioso jovem sul-americano em ascensão.
by Rui Zamith

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

os recursos para a reconstrução de Angola

Ana Catarina
Acho que um país como o nosso que acaba de sair de uma situação de guerra deve apostar na sua reconstrução, sobretudo nos investimentos estruturantes como sejam: estradas, pontes e fábricas que potenciam o crescimento de outros sectores, como o da construção civil, comércio, turismo e outros.
Apesar da grande importância que assume as obras públicas, penso que o governo angolano não tem orientado convenientemente os recursos para a reconstrução de Angola. Num país com problemas básicos por resolver, como:
• Falta de escolas públicas, hospitais, estradas intra e inter regionais;
Não me parece que o alargamento da baía de Luanda seja prioridade, acho que estamos a implementar ideias de primeiro Mundo, num país com estruturas de terceiro Mundo. Para mais, este projecto da baia vai consumir metade dos 4 biliões de USD pedidos a China por empréstimo, sem contar com o impacto ambiental, provavelmente negativo que vai trazer. Resumindo, é o continuar de uma vida de “luxo na miséria” a que estamos habituados.
Por outro lado, as obras não obedecem a orientações ambientais e a fiscalização quer ambiental quer técnica são inexistentes ou desconhecidas pelo comum mortal. E nesta grande missão/confusão a que chamamos modernização do país quem ganha mais não é a população, mas sim os grandes lobbies.
A lei 7/97 foi sem dúvida uma iniciativa bem pensada que obriga a que as empresas que não tenham residência fiscal em Angola, possam ser tributadas por rendimentos criados em território angolano. Mas esta lei tem suscitado algumas dificuldades na sua interpretação e implementação: Numa empreitada podemos ter actividades de prestação de serviço, neste caso aplicamos a taxa de 3.5% ou 5.25%? E o controlo da tributação é feito sobre as vendas ou pagamentos?
Outro problema é identificar o responsável pela adjudicação e acompanhamento das obras públicas quer na sua implementação quer na sua fiscalização. Como disseste o investimento privado (construção civil) também tem dado ar da sua graça, notamos várias construções espalhadas por Luanda. Acho que hoje todo o Luandense tem, nem que seja uma palhota, em construção. O problema é a qualidade das obras e a falta de um plano director que defina claramente onde, como e o que construir.
Mas continuo a acreditar que no futuro as coisas irão mudar. Continuo a acreditar nos jovens angolanos sedentos de mudança. Há ainda uma luz no fundo do túnel que vale a pena explorar. Vale a pena acreditar.

by Avelino Kiampuku

Os empréstimos “subprime” e a génese da crise financeira

Quando falamos em “prime”, referimo-nos à classificação credores, devedores ou taxas no mercado de crédito consideradas de alta qualidade. Empréstimos “subprime” são financiamentos concedidos a taxas reduzidas àquelas pessoas com rendimento mais baixo. Existe um quociente que permite definir os devedores como pertencentes à categoria “prime”, baseando-se em critérios de elegibilidade previamente definidos.Em oposição aos empréstimos do tipo “A” e aos “primes”, estão os empresários de menor qualidade e de maior risco, mais concretamente, são os créditos imobiliários de elevado risco onde a única garantia exigida ao devedor é o próprio imóvel. Este segmento de mercado é exclusivo aos Estados Unidos e é (era) destinado à população com rendimentos mais baixos.É o “subprime” que explica a crise que despoletou nos EUA e ameaça varrer a Europa com repercussões à escala global. Tudo começou quando a reserva federal norte americana (FED) decidiu baixar a taxa de juros para estimular a economia (como sabemos, a taxa de juro é função positiva do investimento empresarial e, por esta via, da criação de emprego) na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Assim, enquanto as taxas de juro baixavam, o crédito expandia-se (dado o baixo nível de exigência no acesso ao crédito). Posteriormente, o FED subiu à taxa de juro directora, o que incitou o aumento dos juros imobiliários. Por sua vez, os bancos, confrontados com o preço do dinheiro mais alto, decidiram repercutir este feito sobre os seus clientes. Paralelamente, o decréscimo na procura de bens imobiliários influenciou a descida dos preços destes bens, originando uma diminuição da riqueza potencial das famílias.A combinação destes factores desembocou numa situação de incumprimento das obrigações bancárias por parte das famílias. Sendo o imóvel a única garantia do banco, os bancos começaram a sentir os efeitos da falta de liquidez e decidiram tomar medidas: executavam as garantias ficando com as casas. O problema é que são muitas as famílias a não pagarem e muitas casas a serem “executadas” pelos bancos, logo, muitas casas à venda, e poucos compradores. Pela lei da oferta e da procura, os preços baixaram.Os bancos ficaram sem fundos e com dificuldade para emprestarem dinheiro aos seus clientes, recorreram aos outros bancos, estes igualmente com dificuldade de liquidez e com enormes perdas. Isto tudo num país com enorme défice no qual se deve evitar a todo o custo que ocorra uma recessão sob pena de dificultar ainda mais a possibilidade de combater o défice por via das receitas fiscais e o risco de uma desvalorização dos títulos do tesouro americano, bem como as poupanças em dólar americano.Como o mercado é global, a crise rapidamente alastrou-se (ou se vai arrasar) para o resto do mundo, o que incita o abrandamento global. Muitos dos bancos que emprestaram dinheiro aos bancos americanos para que estes emprestassem aos seus clientes são europeus, asiáticos e até africanos. E assim nasceu a crise.
by Avelino Kiampuku

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Um fenómeno chamado «FM»

Está a comandar a sua equipa, desmotivada, desgarrada, numa noite chuvosa de domingo. Perde com o seu maior rival, e as coisas poderiam ser distintas se os jogadores tivessem correspondido às suas indicações durante o intervalo, se a academia de jovens jogadores tivesse outra qualidade, ou se a administração tivesse cumprido com a palavra de trazer um ou dois novos valores à equipa. Depois de mais uma derrota, as coisas estão feias, e faltam apenas 3 partidas para virar aquilo que poderá ser a pior temporada dos últimos 20 anos.
Terminada a conferência de imprensa, recebe uma mensagem do presidente a convocar uma reunião para a manhã seguinte. Neste momento, só haverá algo a fazer… desligar o computador portátil, vestir o pijama e dormir uma boa noite de sono. Amanhã é um dia de trabalho. Certo? Nem por isso! Para os verdadeiros fãs, o Football Manager é bem mais do que um mero jogo de computador. É uma paixão, é um modo de vida, um fenómeno que nasceu da mente de 2 “geeks” da era dos computadores, e que actualmente é um negócio de milhões. O FM foi de tal forma absorvido pela sociedade actual, que foram já registados pelo menos 50 casos de divórcio em que a justificação foi, única e simplesmente, a dependência a este jogo de computador.
Tudo se iniciou quando 2 irmãos, amantes da informática e sócios ferrenhos do Everton, decidiram escrever 500 linhas de código e iniciar o sonho de poder sentir aquilo que o treinador da sua equipa sentia no banco de suplentes. Corria o ano de 1985, e estes jovens informáticos estariam longe de imaginar que, anos mais tarde (em 1992), o Championship Manager iria iniciar uma expansão esmagadora, além fronteiras, por intermédio da companhia Eidos. Mas engane-se o leitor que pensa que isto é apenas uma história de milhões. As primeiras expectativas foram defraudadas, e as revistas mais conceituadas escreveram comentários extremamente negativos ao jogo. Foram necessários alguns anos, e muitas mais horas de computação, para que o CM atingisse o ponto de caramelo, isto já no ano de 2000. Daqui para a frente, o crescimento foi literalmente imparável. O que os adeptos do jogo não esperariam contudo era a separação que pouco depois surgiu, entre a Eidos e os 2 programadores, que seguiram então caminhos opostos em 2003. A Eidos ficava assim com os direitos do nome, enquanto Paul e Olivier levavam consigo a fatia mais importante de código do jogo.
Segunda-parte: Football Manager. Foi este o nome seleccionado pela marca SEGA, isto já depois de garantida a “contratação” dos dois génios Collyer. Segundo estes, a relação com a Eidos havia sido como de “pai para filho”, enquanto que com a SEGA era um verdadeiro casamento. Os 2 programadores iniciaram o trabalho com a certeza de que teriam 100% da liberdade para desenvolver as suas ideias, e rapidamente levaram o FM para as bocas do mundo. O Championship Manager, por esta altura, tentava tirar proveito daquilo que os dois irmãos lhe haviam deixado, mas rapidamente foi deixado para trás. Em Julho de 2008, o FM contabilizava 1 milhão de cópias vendidas na Europa e EUA. Em segundo posto, Sims 2 com… 540 mil cópias.
Então, afinal de contas, o que poderão os amantes do jogo esperar da edição 2009? A transmissão da partida em 3D será definitivamente a grande evolução do novo FM, assim como a existência de uma conferência de imprensa pós-jogo. Contudo, são garantidas mais de 80 novas funcionalidades! A base de dados, essa continua a mais actualizada do mundo. Mais de 900 pessoas, espalhadas pelo globo, trabalham para reunir a mais detalhada e precisa informação sobre os jogadores dos vários campeonatos, dos vários escalões. Segundo Jacobson, outra das mentes brilhantes do projecto, o Sevilha conta com a segunda maior equipa de prospecção do mundo, com certa de 700 elementos. Famosa por nos últimos anos ter sido utilizada por equipas profissionais na descoberta de novos talentos, com nomes como Lionel Messi, Wayne Rooney, entre outros (nunca se sabendo se de facto os clubes utilizaram a informação do jogo, ou se na realidade descobriram os talentos por outros meios), o CM está para ficar, e poderá significar um novo rumo na informatização do futebol.
No que toca aos utilizadores do jogo, estes vão desde o simples teenager até ao médico ou advogado. Até estrelas da televisão já admitiram ser viciadas no jogo, como o apresentador de televisão inglês Jason Manford. Segundo consta, terá recebido, enquanto jogava, uma proposta para treinar o Plymouth. A decisão era difícil, e quando estava na cama, pensativo, a namorada perguntou-lhe o que o apoquentava. A resposta foi rápida: estava preocupado com um novo projecto no emprego. O FM torna-se uma (demasiadamente) importante fatia da vida de certas pessoas, um fenómeno que psicólogos estão actualmente a estudar. Em adição, o FM agrava esta problemática, já que o jogo é cada vez mais um jogo para perfeccionistas. Nada é deixado ao acaso, e a mais pequena decisão poderá levantar enorme turbulência no seio da equipa. Será que o ser humano caminha para uma segunda vida - uma vida virtual?
by Rui Zamith

Nicolas Anelka - O Senhor 120 Milhões

Um “flop” que é um Banco. Não existe um Banco que tenha gerado mais dinheiro do que Anelka. Um verdadeiro enigma dentro e fora do campo. Foi elogiado quase até ao tutano mas nunca conseguiu assumir o controlo psicológico como jogador. Quando saiu aos 17 anos do PSG, poucos imaginariam que viria a ser um ícone no que toca às suas transferências entre clubes. Desde que saiu do Arsenal, onde sob as ordens de Wenger se revelara um fabuloso avançado-centro, a sua carreira tem sido uma sucessão de equívocos e fracassos.
Fã de Maradona, Romário, Weah e Van Basten, Nicolas Anelka já gerou cerca de 120 milhões de euros, somando todas as transferências em que esteve envolvido. Depois de uma formação feita em Trappes e no excelente centro de estágio de Clairefontaine, Anelka abandonou o sonho de ser tenista e abraçou, já com a camisola do PSG, o futebol, para gáudio dos empresários que estiveram envolvidos nas suas transferências. Um ano depois, Anelka foi detectado pelo mestre de cantera Arsène Wenger, que o levou para o Arsenal por uns “míseros” 660 mil euros. Bem acompanhado e com uma mão e dedo disciplinadores, no primeiro ano adaptou-se à nova realidade para no segundo destronar nada mais nada menos que Ian Wright da titularidade e se assumir como peça basilar na conquista da Liga e Taça de Inglaterra e ainda se estrear com a camisola gaulesa. Quando tinha tudo para singrar, assumiu ser “infeliz” e que não socializava como antes e pediu para regressar ao seu país. Já no seu reduto, puxa dos galões e o seu futebol fascina os tubarões do futebol europeu. Desta feita é o Real Madrid, que paga ao Arsenal 32,5 milhões de euros pelo seu passe. Em Madrid, ficava em casa a jogar ‘playstation’, ignorado pelo balneário, choca com as estrelas Raúl e Morientes, perde espaço no balneário e entre os adeptos. Não deslumbra em Madrid, mas mesmo assim vence a Liga dos Campeões, tendo sido fulcral nas meias-finais diante do Bayern de Munique.
Corria o ano de 2000 e finalmente Anelka concretizava o desejo de regressar ao “ninho”, devido a uma estratégia de marketing do PSG - que despendeu 28,4 milhões pelo seu filho pródigo. Porém nem tudo corre como o esperado, contudo o gaulês (mais uma vez) vê a luz ao fundo do túnel quando Gerard Houllier, que havia sido seu treinador nos sub-18 da Selecção, o convida a ingressar no Liverpool, por empréstimo. A temporada corre-lhe bem com golos e jogos de encher o olho mas aparentemente o seu feitio enfant terrible fala mais alto e no final da mesma, Houllier não acciona a opção de compra e Anelka fica novamente sem rumo… Por pouco tempo no entanto, já que empresários bem atentos rapidamente o colocaram no Manchester City por 18,2 milhões. Com Kevin Keegan, a sua carreira viveu uma verdadeira encruzilhada. Era o 3º clube que representava na Liga Inglesa, e contra todas as más expectativas dos críticos, faz duas temporadas razoáveis, contudo, o seu passe é forçado a ser vendido ao Fenerbahçe, por 11,2 milhões, devido a dificuldades financeiras nos citizens. É recebido como uma estrela na Turquia. Nesta altura, converte-se ao islamismo, adoptando o nome de Bilal. Quem não esteve pelos ajustes é o brasileiro Márcio Nobre que lhe dá poucas possibilidades de mostrar o porquê da sua contratação. Ainda assim, sagra-se campeão turco. Entretanto, dá nas vistas com as cores da selecção, mas nem a impossibilidade de Cissé jogar no Mundial 2006 lhe abriu um lugar nos convocados.
O seu estilo possante, 1,85m e 75 kg, de passada larga, muito forte a encarar o defesa contrário e nos remates em corrida de primeira, parece ser o ideal para o futebol inglês, que, pelo seu ritmo intenso e activo o atira para uma sinergia inevitável. No futebol latino, perdeu sempre fulgor devido ao ritmo mais pausado, onde parecia muito desligado do jogo. É um enigma que assenta, essencialmente, na motivação para fazer magia com as suas chuteiras. Regressou a Inglaterra para jogar no Bolton por 19 milhões e agora está no Chelsea que desembolsou nada mais que 22 milhões de euros em 2008. Como resultado, tornou-se no jogador que mais verbas movimentou em torno das suas contratações na História do Futebol com o record a rondar os 120 milhões de euros.
Um flop verificado no Real Madrid, no regresso ao PSG, Liverpool, onde todos os técnicos, Del Bosque, Fernandez e Houlier, nunca reconheceram qualidade ao ponta de lança que em 99 - ano de explosão em Highbury Park - chegou a ser apontado como o futuro nº9 da selecção francesa para os próximos dez anos. Recentemente e com 29 anos afirmou ao lado de Scolari: “Quero terminar a carreira neste clube”, disse. Alguém acredita?

by: Gustavo Devesas

sábado, 22 de novembro de 2008

25 perguntas sem respostas...

1. Porque é que a laranja se chama laranja e o limão não se chama verde?
2. Porque é que as lojas abertas 24 horas possuem fechadura?
3. Porque é que quem trabalha no mar se chama marujo e quem trabalha no ar não se chama araújo?
4. Porque é que "separado" se escreve tudo junto e "tudo junto" se escreve separado?
5. Porque é que os kamikazes usavam capacete?
6. Porque é que se deve usar uma agulha esterilizada para dar a injecção letal a um condenado à morte?
7. Para que serve o bolso dos pijamas?
8. Porque é que os aviões não são fabricados com o mesmo material usado nas suas caixas negras?
9. Adão tinha umbigo???????
10. Porque é que o Pato Donald depois do banho sai com uma toalha enrolada à cintura, se ele não usa calças nos desenhos?
11. Se o super-homem é tão inteligente, por que é que usa as cuecas por fora das calças?
12. O Pluto e o Pateta são dois cães, não são? Por que é que o Pateta fala e o Pluto não?
13. Porque é que existem pessoas que acordam os outros para perguntar se estavam a dormir?
14. Porque é que os Flinstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
15. Porque é que os filmes de batalhas espaciais têm explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo?
16. Porque é que aquele filme com o Kevin Costner se chama "Dança com Lobos" se só aparece um único lobo durante toda a história?
17. Se o vinho é líquido, como pode ser seco?
18. Como se escreve zero em numeração romana?
19. Porque é que as pessoas apertam o comando da televisão com mais força, quando a pilha está fraca?
20. O instituto que emite os certificados de qualidade tem qualidade certificada por quem?
21. Porque é que quando você pára no sinal vermelho, há sempre alguém no carro do lado com o dedo no nariz?
22. Se depois do banho estamos limpos, por que é que lavamos a toalha?
23. Como é que a placa "É Proibido Pisar A Relva" foi colocada lá??
24. Se os homens são todos iguais, porque é que as mulheres escolhem tanto?
25. Porque é que se chama Discoteca quando o disco toca e não teca?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

E se Obama fosse africano?

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade meatravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadistasul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomandonota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes dever os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na GuinéEquatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele émulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seupróprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povosque esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas aselites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicaçãoaos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso deagradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas –tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todosde que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos -as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda aalma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa. Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 deNovembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com obem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobreÁfrica. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesuradade políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
Mia Couto
Jornal "SAVANA" – 14 de Novembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hemisphere - algo de outro mundo

welcome

Hemisphere is Cape Town’s most sophisticated and stylish new club, bar and cocktail lounge. It is smart but relaxed, the décor is stylish but comfortable, and the stunning oval bar, fibre-optic lighting, and glass-walled VIP area are all unique.

Esta é sem duvidas para mim a melhor discoteca do mundo, já fui à algumas mas nenhuma me deixou tão boa impressão, fica no trigésimo primeiro andar do edifício ABSA center, em que temos uma vista magnifica de 180º da montanha que decora a cidade de cape town, tal como a cidade e o mar… “Dancing high above the city with the lights of Cape Town spread out below you is an awesome experience”…
A musica vai ao encontro de todos os gostos, combinando as diferentes decadas 70s, 80s e 90s ouve-se boa musica, eu ouvi billie jean do Michael Jackson, e saltei como toda gente… A roupa é formal o que implica dizer que a peneira ainda é considerável, até porque é preciso ter mais de 25 anos, eheheh o que é isso??? Uhm gajo já só é adulto com 25???, eles lá sabem porquê, que se lixe já passei mesmo essa fase… Paga-se 60 rands (6 usd) a entrada e as bebidas não são caras comparativamente a nossa realidade angolana com aqueles preços exorbitantes, a discoteca tem tudo para nos sentirmos no céu e realmente estamos no topo e se a isso juntarmos uns copitos, aí sentimo-nos a flutuar bem lá no alto… O ambiente é “amazing”, algo que só vivido podemos sentir a verdadeira sensação, as mulheres… bem dessas não pormenorizo para evitar alguns embaraços na minha vida pessoal... ;-), mas deixo aqui a observação para os leitores… “É a terra da Charlize Theron”, por isso…
Sábado vou ter um dia atribulado, vou ao concerto do Lionel Richie devo chegar cansado a casa, mas… se restarem energias sei bem onde as vou gastar...
N.S

Há muita vida em Cape Town

Estou com a sensação de que vou conhecer muita coisa nesta cidade, mas vou ter de voltar, simplesmente porque não vou poder ver tudo ainda… Se poder conciliar com a worldcup 2010 melhor ainda, a cidade é magnifica, há muita vida em cape town… Dando um toque filosófico ao meu fundamento diria que é “Um mundo em um país”…
De facto é algo que impressiona, é o destino eleito por milhares de turistas do mundo inteiro e agora que a Africa do Sul vive um período com uma certa estabilidade politica e crescimento económico, pessoas de todo o lado estão de olho a esta cidade…


O carácter da cidade é dominado pelas montanhas e o mar, uma junção que ilumina nos nossos olhos, em toda a parte que formos somos engolidos pela sombra da montanha, cuja imagem muda conforme a movimentação do sol, é algo impressionante para os mais observadores…


Na zona portuária temos um leque de serviços dos mais variados, restaurantes, lojas, entertendimentos, serviços de informação, tudo isso envolvido entre um porto industrial e as docas de fabricação, os navios cruzeiros acabam por colorir a zona portuária. Até mesmo nos oceanos a correria é notável com os desportos mais radicais, as fragatas, surf, esqui, remo… As praias límpidas, arenosas e brancas alargam-se ao longo de duas costas, uma no Oceano Índico e outra no Oceano Atlântico sempre com preenchimento visível. A vida animal é abundante, em ambientes selvagens e mais estruturados.


O zoo marinho (Aquarium) mostra-nos a beleza da vida animal marinha. Longe da costa, as cidades internas maravilhosas tais como Stellenbosch suportam uma rota original do vinho. Os diferentes objectivos das diferentes pessoas que em diferentes datas acabam por se cruzar neste lugar magnifico acabam por definir a convivência saudável patente nesta cidade, enquanto o sol brilha para baixo com benevolência neste mundo em um país.


N.S

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Kanye West - Love LockDown

Im not lovin you, the way I wanted to
What I had to do, had to run from you
Im in love with you, but the vibe is wrong
And that haunted me, all the way home
So ya never know, never never know
Never know enough, till its over love
Till we lose control, system overload
Screamin no no no, no no
Im not lovin you, the way I wanted to
See I wanna move, but cant escape from you
So I keep it low, keep a secret code
So everybody else dont have to know

So keep ya love locked down, ya love locked down
Keepin ya love locked down, ya love locked down
Now keep ya love locked down, ya love locked down
Keep ya love locked down, you lose

Im not lovin you, the way I wanted to
I cant keep my cool, so I keep it true
I got somethin to lose, so I gotta move
I cant keep myself, and still keep you too
So I keep in mind, when Im on my own
Somewhere far from home, in the danger zone
How many times did I take 'fore I finally got through
you lose, you lose
Im not lovin you, the way I wanted to
See I had to go, see I had to move
No more wastin time, you cant wait for life
we're just wastin time, where's the finish line

So keep ya love locked down, ya love locked down
Keepin ya love locked down, ya love locked down
Now keep ya love locked down, ya love locked down
Now keep ya love locked down, you lose

Im not lovin you, the way i wanted to
I've met no one new, I got no one new
Know I said Im through, but got love for you
But Im not lovin you, the way I wanted to
Gotta keep it goin, keep the lovin goin
Keep it on a roll, only god knows
If I be with you, baby im confused
You choose, you choose
Im not lovin you, the way I wanted to
Where I wanna go, I dont need you
I been down this road, too many times before
Im not lovin you, the way I wanted to

So keep ya love locked down, ya love locked down
Keepin ya love locked down, ya love locked down
Now keep ya love locked down, ya love locked down
Now Keep ya love locked down, you lose, you lose
You lose
You lose
You lose

NS

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

sport for tigers

Fui convidado para ir jogar golf ontem de manhã logo bem cedo por uns amigos novos que estão hospedados na mesma guest house que eu… Tive pena mas recusei, aquilo não é desporto para mim, até acho giro das umas tacadas e tal… Mas, porra golf ??? Não é mesmo para mim, ao longo dos tempos fiquei com a ideia de que esse era desporto para “tigers” (not only woods, but for really tigers)… É assim em Angola, é assim em toda a parte do mundo, o Michael Jordan deu a primeira tacada depois de assinar pelos Bulls (it´s means that golf is money or power)… Eu recuso-me a pegar num taco, sou supersticioso quanto a isso… Enquanto não tiver uma conta bancária que estimule o manager do banco em ligar para mim e dar-me um simples bom dia, não me meto nisso, ainda afugenta a minha sorte ;-)… Recusei o amável convite e acabei por passar um dia agradável, num sol abrasador a dar uns mergulhos na piscina…
N.S

sábado, 25 de outubro de 2008

A banca nacionalizou o Governo

A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos.
A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhadaQuando, no passado domingo, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo vai prestar uma garantia de 20 mil milhões de euros aos bancos até ao fim do ano, respirei de alívio.
Em tempos de gravíssima crise mundial, devemos ajudar quem mais precisa. E se há alguém que precisa de ajuda são os banqueiros.
De acordo com notícias de Agosto deste ano, Portugal foi o país da Zona Euro em que as margens de lucro dos bancos mais aumentaram desde o início da crise Segundo notícias de Agosto de 2007, os lucros dos quatro maiores bancos privados atingiram 1,137 mil milhões de euros, só no primeiro semestre desse ano, o que representava um aumento de 23% relativamente aos lucros dos mesmos bancos em igual período do ano anterior.
Como é que esta gente estava a conseguir fazer face à crise sem a ajuda do Estado é, para mim, um mistério.
A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça.
Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro.
A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos.
A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.
Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado.
Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo.
Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo.
Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos.
Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.
Visão, 16-10-08

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Uma diferença descomunal

É a primeira vez que venho a África do Sul, mas propriamente à cape town… E estou maravilhado com a cidade, maravilhado não apenas com a beleza e organização da cidade (já estive em cidades melhores certamente) mas a minha sensação de bem estar deve-se ao facto da diferença que existe entre as cidades na África do Sul e o resto do vasto continente. É de facto um contraste muito grande, em termos de tudo, organização, educação, limpeza, atendimento ao público, bem… em tudo. O meu espanto com essa realidade é só e simplesmente por estarmos em África, porque eles conseguem ou conseguiram e nós não? Que é que nos faz sermos inferiores a esta organização??? Bem não só eu que tenho essas respostas, aliás não me cabe a mim responder…
Nós os angolanos temos a “mania” de ir buscar experiências ou mesmo imitar os Europeus, os Americanos etc.… com grandes exemplos de desenvolvimento em África, queremos sonhar com o perfeito sem termos passado pelo “assim assim”, é o nosso grande erro!!! Organizações como a Namibiana (desenvolvimento reconhecido no sector da H&T) e a Sul Africana são certamente um exemplo a seguir pelos países Africanos emergentes, o caso de Angola principalmente, e não nos basearmos em realidades opostas, como Miami, Paris, Londres e por aí em diante…
E diviamos começar logo na altura da viagem, o atendimento é de fazer inveja, a SAA passa a ser a minha companhia de eleição, normalmente fico farto das horas que passo nos voos, é desgastante, e ainda o é mais se tivermos a olhar para uma televisão que nos dá um filme que já vimos a séculos e com os nossos pés encolhidos de tão apertados que estamos (bem falo da classe económica, ainda não me dei o luxo de viajar em primeira classe num voo internacional). È a verdade é que até nisso o resto dos países fica muito a quem, mesmo alguns europeus, a TAP precisa de uma injecção inovadora para ter os serviços disponibilizados pela companhia sul africana, a TAAG, bem dessa nem falo… Eu tive o privilegio de usufruir de um serviço digital, em que pude escolher o que quisesse, vi dois filmes, controlados por mim como se tivesse em casa a manejar o meu DVD, a minha satisfação foi tão grande quando pude rever a 1ª season do prison break, bem como ouvir o ultimo álbum dos Cold Play, foi de facto uma viagem relaxante, desejei no mesmo momento trocar as 4 horas de SAA pelas 7 e tal da TAP ou TAAG quando vou para Lisboa…
NS

Um génio sensato no reino da insensatez

Aos 6 anos de idade, o pequeno Warren Buffet já sabia o que queria ser na vida: rico. Na época, os Estados Unidos saíam da sua mais profunda crise, que provocara o caos económico e social. Mais de sete décadas depois, o país (ainda a maior potência do mundo) vive um novo período de sombras, afundado em uma crise financeira gerada pela ganância e pelo descontrole e que agora se espalha como uma metástase pelo mundo desenvolvido.
Num período de semanas, alguns dos maiores bancos americanos e europeus viraram pó. Na segunda-feira negra, dia 29 de Setembro, quase 1 trilhão de dólares desapareceram da bolsa de valores de Nova York após a rejeição pela câmara dos representantes de um pacote de salvamento apresentado pelo governo Bush. O movimento de queda descomunal, alimentado pela incerteza e pelo medo de dias ainda piores, repetiu-se por todo mundo. Mas Buffett, hoje um senhor de 78 anos de idade permanece o que sempre quis ser: rico. São 50 bilhões de dólares de património, uma fortuna amealhada no mesmo financeiro que tem levado tantos à ruína.
Buffet conseguiu superar todas as crises pelas quais o mundo passou nas últimas décadas. Ele não surpreenderá certamente ninguém se sair mais forte e ainda mais rico desta também...
NS

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Patrick Kluivert: «Descobri o IKEA»

Patrick Kluivert é um caso raro do futebol. Ou melhor, é um ex-caso. O avançado holandês abandonou a carreira em Maio último, com 32 anos, ao serviço do Lille, após passagens por Ajax (94-97), Milan (97-98), Barça (98-04), Newcastle (04-05), Valencia (05-06) e PSV (06-07) mais Holanda (40 golos em 79 internacionalizações). O futebol continua a ser a sua vida, com um curso de treinador na federação da Holanda, que permite a futebolistas de elite – com mais de 50 jogos pela “laranja” e com o mínimo de três finais internacionais – tirar o dito cujo num ano.
Kluivert estuda ao lado de Reiziger, Cocu e Bergkamp, além de treinar os juvenis do AZ Alkmaar de Van Gaal. Com mais noitadas e problemas (grande “dupla” com o português Dani no Ajax) que golos marcados em 14 épocas, Kluivert está mudado. E a culpa é de Rossana Lima, sua mulher desde 2007 e estilista de profissão.
“Tinha uma vida de borga, mas ela fez-me um ultimato tipo ‘eu ou nada’! Ainda demorei quatro meses a pensar, enquanto saía à noite com os meus amigos, que eram tudo menos amigos, em Lille, mas depois caí em mim. Fui a casa dela, bati à porta, ofereci-lhe um ramo de flores... e estou a viver com ela, a 40 km de Amesterdão. Treino de manhã com os miúdos, e dedico-me à família: vou às compras, à padaria, ao talho, à peixaria.”
E... “já descobri o IKEA. A minha vida melhorou substancialmente, embora monte as camas e os móveis! Mas pago 5 euros por uma frigideira, quando antes dava 400!”
in record

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O que é feito de... Mario Super Jardel???

Mário Jardel sempre foi um jogador diferente. Será que era porque começou por ser guarda redes e depois foi um «animal de área»? Será que era porque tinha uma cara de menino, de inocente, mas no fim de contas era um «matador»?
Ou será apenas porque marcou uma era no Futebol português? Jardel cumpriu 6 épocas no futebol português e foi 5 vezes o melhor marcador. E só não foi 6 porque em 2002/03 não era o Jardel que cá estava... talvez fosse o Mário.
O Mário resolveu brincar com a vida. Dizem que cedeu aos vícios.
E a partir daí perdeu uma carreira. O Mário nunca mais foi Jardel.Voltando ao Jardel, dizia Carlos Tê, que «voava sobre os centrais». «SuperMário» levitava no ar, e marcava golos a um ritmo alucinante. O brasileiro, em campo, era garante de golo de qualquer forma: de cabeça, com o pé direito, com o pé esquerdo, de coxa, de «bicicleta» ou de «letra».
Desde os tempos no Grémio, com Luiz Felipe Scolari, até ao Sporting de Boloni, os sistemas tácticos eram construídos com o objectivo de o servir. Resultava.Paulo Nunes, Drulovic, Capucho, João Vieira Pinto jogavam de olhos fechados com o natural de Fortaleza.
Na Liga portuguesa contabilizou 183 golos em 174 jogos, conseguindo uma média de 1,05 golos/jogo. Quantos se podem orgulhar de tal? Entre a saída do FC Porto e o regresso a Portugal via Sporting, Jardel jogou na Turquia. A veia goleadora manteve-se? 22 golos em 24 jogos falam por si...

Bon Jovi - Burning For Rock (2008)

Jon Bon Jovi, nome artístico de John Francis Bongiovi, (Perth Amboy, 2 de março de 1954) é um cantor e músico dos Estados Unidos da América. Ele nasceu em Perth Amboy, mas aos 04 anos de idade juntamente com a família Bongiovi, o pai John Bongiovi, a mãe Carol Bongiovi e os irmãos mais novos, Matt e Anthony, se mudou para a cidade que hoje é conhecida por ele ter passado a infância e adolescência, a cidade de Sayreville, NJ.
É o líder da banda Bon Jovi, que mantém algumas características do estilo hard rock dos anos 60 até hoje, mas assimilou influências dos variados estilos surgidos no rock e heavy metal desde o seu álbum de estréia, em 1969. Sua banda foi por muitos anos o grupo internacional que mais vendia álbuns no Brasil, sendo que já vendeu 120 milhões de álbuns em todo o mundo.
01 - Lost Highway
02 - Have A Nice Day
03 - In These Arms
04 - It’s My Life
05 - Roulette
06 - Till We Ain’t Strangers Anymor
07 - Tokyo Road
08 - I’ll Sleep When I’m Dead
09 - Who Says You Can’t Go Home
10 - These Days
11 - Let It Rock (Streamload)
12 - Put The Boy Back In Cowboy
13 - Bad Medicine
14 - Keep The Faith
15 - Burning For Love
16 - Blame It On The Love Of Rocktam:

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Inflação no Zimbabwe, mais um recorde para África

Essa foto mostra a quantia de notas de dólar Zimbabweano equivalente a 100 USD. Em Junho de 2008 a inflação no Zimbabwé era de 11.200.000% (destaca o jornal, com base no CSO (Instituto Central de Estatísticas, na sigla em inglês)) com previsões de uma subida de mais de 50%. A hiperinflação do Zimbabwe alcançou um recorde, sendo a inflação mais alta do mundo.
A crise económica proveniente de uma paralisação politica desde a controversa reeleição no final de Junho do presidente Robert Mugabe.
Essa é a realidade de um país que em tempos era o grande exportador de determinados produtos básicos, originários do forte investimento no sector agrícola do mesmo, país esse que num curto espaço de tempo deixou de exportar e passou a importar os mesmos produtos por falta de produção. Algo inédito na economia de um país se olharmos para o timing dessa mudança radical… Os efeitos de uma ditadura são hoje exemplo prático aos olhos de todo mundo, mas só alguns irão pagar a factura de uma decisão centralizada no poder doentio (coitado daquele povo).
Não será essa a catástrofe que assola África? É que pelos vistos a crise causada pelo poder doentio vai dizimar mais gente do que a catástrofe do século. As rezas do povo zimbabweano são insuficientes, é preciso algo mais…
N.S

**LIÇÃO DE ECONOMIA**

Se tivesses comprado, há um ano atrás, 1.000 Euros em acções da **NortelNetworks**, um dos gigantes das telecomunicações, hoje terias 59 Euros.
Se tivesses comprado, há um ano atrás, 1.000 Euros em acções da **LucentTechnologies**, outro gigante das telecomunicações, hoje terias 79 Euros.
Agora, se, há um ano atrás, tivesses comprado 1.000 Euros de**Super-Bock ou Sagres** (_em cerveja_, não em acções), tivesses bebido tudo e vendido as garrafas vazias, hoje terias 80 Euros.
_*Conclusão*_: No cenário económico actual, perdes menos dinheiro se ficares sentado a beber **Super-Bock ou Sagres** o dia inteiro.
in my email

domingo, 12 de outubro de 2008

Resumo à Bento... Aqui há gato

Dirigentes do Sporting até pagam contas que não lhes dizem respeito.
Confirma-se que o Sporting é um clube cumpridor, dirigido por responsáveis que se orgulham de ter as contas em dia. Até pagam contas que não lhes dizem respeito, como a factura da derrota do FC Porto em Londres. É preciso ter boa índole. Seja como for, resolvi, qual Paulo Bento numa flash interview, fazer um resumo inútil e fastidioso do que sucedeu no último clássico.
18:00 – O autocarro do FC Porto chega atrasado a Alvalade por ter evitado a Praça de Londres, só para não reactivar nos seus jogadores o stress pós-traumático resultante do jogo na capital inglesa.
19:39 – Com o objectivo de rubricar uma grande exibição contra o FC Porto - e a seis minutos do início da partida - Fábio Rochemback decide começar uma dieta.
19:45 – Início da partida. Jesualdo Ferreira faz figas para que o FC Porto mostre, em Alvalade, tantos e tão bons sinais como mostrou no jogo com o Arsenal.
18’ – Golo do FC Porto, depois de Tomás Costa tirar a bola a Grimi, sem falta. De seguida, o argentino começa a cantar Tutto è tranquilo e plácido, uma das árias mais emocionantes do “Barbeiro de Sevilha”.
28’ – Golo do Sporting. Jesualdo Ferreira congratula-se por, neste lance, o FC Porto ter dado bons sinais.
31’ – Golo de Bruno Alves, na marcação de um potentíssimo livre. O segredo do central é imaginar, quando chuta, que está a acertar numa das rótulas de João Moutinho.
71’ – Derlei falha um golo certo a passe de Romagnoli. De seguida, diz que a culpa é de um pedaço de relva levantada que está dois metros atrás de si. E que o próprio aquecimento global não está isento de responsabilidades no lance.
93’ – Fábio Rochemback decide pôr fim à sua dieta de duas horas e meia, que não parece ter surtido qualquer efeito.
Gato fedorento

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dama sempre em dia, e complica a situção aos manos

Bem essas damas de agora estão cada vez mais exigentes, agora não é que uma amiga minha diz-me que está sozinha porque não encontra o cara!!!. Mas afinal, Que cara é que ela a anda a procura? Alguns minutos atrás depois de teclar com ela no msn, percebi que satisfazer uma rapariga é algo que nos transcende...
(um pequeno resumo)...
Minha amiga: vou ai (a tua terra) cacar bebes
Only God can judge me diz:
ahhahah esses bebés ainda é k te caçam
Only God can judge me diz:
com essa tua carinha eles é k te vão ver como bebé
m a:
ahahahahaha
m a: vais apresentar-me um bebe fofo? e com juizo
Only God can judge me diz:
uhm tas a pedir muito
Only God can judge me diz:
só bebé é dificil
Only God can judge me diz:
fofo mais dificil é
Only God can judge me diz:
agora, com juizo???!!

ehheehheh, Bem não lhe queria fazer perder as esperanças, mas ela vai andar a procura até se dar conta k os anos passam por ela.
N.S

Prison Break - A serie que bate... e bate muito

Prison Break é uma série de televisão de acção transmitida pela FOX com estréia em 29 de agosto de 2005. A história gira em torno de um homem que recebeu a sentença de morte por um crime que não cometeu e de seu irmão que elabora um plano para tirá-lo da prisão antes que aconteça a punição. A música-tema é uma composição de Ramin Djawadi, nomeado para o prêmio emmy de 2006. A série está atualmente na quarta temporada. A particularidade de Prison Break é que trata-se de uma das poucas séries produzidas e filmadas numa prisão.
Três temporadas completas já foram transmitidas. Todavia, devido à greve dos roteiristas americanos, apenas 13 episódios foram produzidos para a terceira temporada. A greve foi resolvida no dia 12 de fevereiro de 2008, e atualmente está sendo exibida a quarta temporada.

Sinopse
Michael Scofield é um homem desesperado. O seu irmão, Lincoln Burrows, está no corredor da morte e será executado em alguns meses, após ser condenado por um assassinato que Michael está convencido que Lincoln não cometeu. Sem outras opções e com o tempo a diminuir, Michael assalta um banco para ser preso e levado para a penitenciária estadual Fox River, o mesmo local onde seu irmão está a cumprir pena. Uma vez lá dentro, Michael — um engenheiro civil com as plantas da prisão tatuadas no corpo — começa a executar um elaborado plano para libertar Lincoln e provar sua inocência. Com a ajuda de seu companheiro de cela, Sucre, Michael começa a criar alianças com grupo de diferentes prisioneiros, incluindo o ex-chefão da máfia John Abruzzi e Charles Westmoreland, um homem que muitos acreditam ser o famoso ladrão D.B. Cooper acusado de ter roubado um milhão e meio de dólares. No lado de fora, Michael tem apenas uma aliada, sua advogada e amiga de longa data, Veronica Donovan, que também é a ex-namorada de Lincoln. Entre outros personagens também estão a Dra. Sara Tancredi que Michael acaba por visitar diversas vezes na enfermaria do presídio e por quem acaba por se apaixonar; o policial Bellick, que está determinado a ficar de olho no seu novo prisioneiro; e o poderoso Warden Pope que finge ter um relacionamento próximo, quase uma relação entre pai e filho, com o seu novo condenado.
www.prisonbreakdownload.blogspot.com

Boçalidade e mau gosto na TV pública

Não sei se o leitor já apanhou com uma “coisa” chamada “A Liga dos últimos”, que começou pela RTPN e agora é emitida na RTP1, em horário nobre, e depois repetida em vários horários e canais, como se fora uma obra-prima. Trata-se de um exercício de extremo mau gosto, com uma pretensa visão humorística de um zé-povinho bronco de aldeias que já não existem, mas de uma boçalidade imprópria para consumo e perante a qual se sente um impulso irresistível para chamar a ASAE. Claro que se isto fosse feito num canal privado, com o dinheiro do dr. Balsemão ou do sr. Ricardo Salgado, vá que não vá, mas na televisão pública, com o dinheiro do Orçamento, que é como quem diz, dos nossos impostos, é um abuso para o qual chamo a atenção da ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social). Dizem-me que aquilo começou sob a ideia simpática de levar o Portugal profundo (seja lá o que isso for) a casa da classe média urbana, metida nos seus ghettos citadinos. O futebol não federado, essencialmente amador, praticado nas zonas rurais do país, entre a tasca e o campo pelado foi o pretexto para esse “encontro”. Mas com o tempo e a ideia não sei de quem, aquilo passou a ser um exercício agressivo e intolerável da exploração das misérias alheias.
Adivinha-se o processo de fabrico, rápido e simples: a equipa da “Liga dos últimos” mete-se a caminho de uma terriola qualquer onde haja um campo de futebol pelado e umas balizas e, lá chegada, pergunta pelo “idiota” da aldeia, o tanso, aquele que é gozado todos os dias pelo pessoal. O “idiota” aparece sempre porque sim ou porque alguém o vai chamar, embalado pelo álcool ou pela demência, ou por ambas as coisas, disposto a fazer macaquices e a dizer disparates diante das câmaras, enquanto à volta o auditório ri e bate palmas. São frequentes os grandes planos de caras que nos causam repulsa, desdentadas, sujas, com riso patético e demencial, como se os autores do programa quisessem, de facto, chocar os espectadores. “A Liga dos últimos” é uma última manifestação do mau gosto ofensivo, da boçalidade, uma autêntica feira de aberrações. Contra este espectáculo pago com o dinheiro dos contribuintes, apelo à ERC, esperando que ela se indigne como eu perante esta ofensa ao tal país profundo que estes senhores pretendem retratar. Se acham que exagero, vejam, não mudem de canal.
by Rui Cartaxana

A CRISE AMERICANA BEM EXPLICADA

Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de dólares. Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.
Com os 800.000 dólares. Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares. A diferença, 400.000 dólares que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou carro novo (alemão) pra ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou tv de plasma de 63 polegadas, 43 notebooks, 1634 cuecas. Tudo financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito.
Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez...
O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro.
Fácil....parecia fácil. Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós-fixadas) e o Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre. Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa pra vender como nunca. Paul foi agüentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as das 3 casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, as das cuecas, dos notebooks, da tv de plasma e do cartão de crédito.
Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as 3 casas mas, ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou. Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das 3 casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul. Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as 3 casas que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou. Ele e sua família pararam de consumir...
Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis. Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Com a inadimplência dos Pauls esses títulos começaram a valer pó. Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos. Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel... Preço que despencou.Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em 500.000 dólares e de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.
Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos milhões de Pauls atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil um dia acaba. Acabou. Com a inadimplência dos milhões de Pauls, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado.
O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.
O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo, porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos. Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão. O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas. Até que na semana passada o impensável aconteceu. O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico. Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns, amanheceu, na segunda feira última, quebrado, insolvente.
No dia 07 de setembro o FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por 2 dólares por ação. Há um ano elas valiam 160 dólares. Durante esta semana dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos. A bola da vez seria o Lehman Brothers, um bancão. O mercado e as pessoas seguem sem saber o que nos espera.
O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro. A coisa pode estar apenas começando. Só o tempo dirá. No dia 15 de Setembro/2008, o Lehman Brothers pediu falência, desempregando mais de 26 mil pessoas e provocando uma queda de mais de 500 (quinhentos ) pontos no índice Dow Jones, que mede o valor ponderado das ações das 30 maiores empresas negociadas na Bolsa de Valores de New York - a maior queda em um único dia, desde a quebra de 1929 ... Este dia, certamente, será lembrado para sempre na historia do capitalismo.

"Somehow the rap game reminds me of the crack game" Nas

No Sábado passado estava num dos muitos bairros ainda degradados da linha de Sintra, e encontrei um mano (16 anos) que há uns 3 anos atrás costumava ir a Benfica (ao Bunker), assistir às sessões de freestyles e battles que nós do Canal 115 e rappers da zona costumávamos fazer. Vi aquele mano junto de outros sócios, posicionado exactamente no local onde os pequenos dealers interagem com os toxicodependentes.
Fui ter com ele, e ficámos a falar durante uma hora. Ele disse-me que largou a escola, o pai foi para Cabo-Verde (foi arranjar trabalho e cuidar de outra família que tinha lá) e que ele como filho mais velho tinha que pôr dinheiro em casa. A mãe trabalha 14 horas e não chega a ganhar 100 contos. Ele tem dois irmãos mais novos que estão na escola primária.
Começou a fazer uns assaltos, agora está no tráfico. Perguntei-lhe quanto tempo esperava continuar assim. Ele disse-me que sabia que não ia durar muito, e que ia apostar tudo para poder ser rapper. Queria preparar-se para poder viver do Rap aqui em Portugal, julgando ele que eu e os rappers que vão lançando álbuns conseguimos viver daquilo que cuspimos.
Disse-me que para além de poder ser preso hoje ou amanhã, não gostava da lógica de “contrato laboral” que conhecia no tráfico de droga.
Era capaz de fazer 200 / 300 contos por dia, mas nunca ficava com mais de 20 contos. Tinha que entregar o resto ao “patrão”. Achava-se muito bem pago comparado com os salários praticados no mundo lícito, mas o que ganhava nunca lhe daria possibilidade de sair do bairro e investir noutro negócio qualquer, sabendo ele que tinha uma profissão de risco e muito pouco duradoura.
Ele é muito novo, mas assombrosamente lúcido. Alongámos a conversa, expliquei-lhe que só 2 ou 3 gajos é que vivem do rap em Portugal, e trocando ideias, observações e opiniões, concluímos que a Indústria da música onde o rap se inclui funciona com os mesmos princípios do tráfico de droga.
A música é cada vez mais um negócio; onde vale quase tudo; onde só as editoras (Big dealers) ganham dinheiro ; onde cada vez mais se tentam vender produtos sem qualidade (Coca misturada com farinha) que deseduca e destrói esta juventude consumidora de música (os drogados). Tentem fazer com que o Hip Hop tuga fique longe disto.
Valete

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A diferença entre o tratamento por tu e por você?

Sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você?
Se calhar sabem, mas vejam abaixo , um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:
O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia.
Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe: Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
– O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral:
– Ah, bom, antes assim, ainda bem. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
– Desculpe, Sr. Director, mas dá-me licença de o tratar por tu?
– Sim claro, respondeu o Director surpreendido!
– Então vou repetir o meu relatório anterior:
O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
A língua portuguesa é mesmo fascinante, não é?!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DOS HOMENS COMPROMETIDOS (A.I.H.C.).

A Associação Internacional dos Homens Comprometidos, que engloba namorados, noivos, casados, etc., vem a público com o objectivo de tentar diminuir a Burocracia existente no relacionamento homem-mulher.
Sendo este um problema de origem feminina, em virtude da sua natureza de interpretações equivocadas e de um pseudo-complexo de inferioridade, e com o objectivo de economizar tempo, dinheiro e evitar discussões inócuas e sem sentido, comunicamos o seguinte manifesto:
QUERIDAS MULHERES:
1. Se pensas que estás gorda, é bem provável que estejas. Não me perguntes. Não responderei!
2. Se não te vestes como as modelos de roupa íntima, não esperes que eu me comporte como os galãs das novelas!
3. Se queres algo, precisas de pedir. Deixemos isto bem claro: as indirectas subtis não funcionam; as indirectas directas não funcionam; as indirectas muito óbvias também não funcionam. Diz as coisas tal como são!
4. Se fazes uma pergunta para a qual não queres resposta, não te zangues ao ouvir o que não queres!
5. Às vezes, não estou a pensar em ti. Nada está a acontecer. Por favor, acostuma-te a isto. Não me perguntes no que estou a pensar, a menos que estejas pronta para falar de temas como política, economia, futebol ou carros desportivos!
6. Domingo é dia de churrasco, amigos e desportos na TV. É como a lua cheia ou a maré. Não pode ser evitado!
7. Ir às compras não é divertido. E nunca o vou considerar dessa maneira!
8. Quando temos que ir a algum lado, qualquer coisa que vestires está bem. VERDADE!!!
9. Tens roupa suficiente. Tens sapatos demais. O choro é chantagem!
10. A maioria dos homens tem três pares de sapatos. O que te faz pensar que eu sirvo para decidir qual dos TRINTA pares que tens fica melhor com aquele vestido?!
11. Um simples SIM ou NÃO é respostas perfeitamente aceitáveis para qualquer pergunta!
12. Fala-me dos teus problemas somente se quiseres ajuda para resolvê-los. Para isto sirvo. Não me peças empatia como se eu fosse uma das tuas amigas!
13. Uma enxaqueca que dura 17 meses é um problema. É melhor ires ao médico!
14. Se alguma coisa que eu disse puder ser interpretado de várias formas e uma delas te deixou triste ou zangada, a minha intenção era dizer a outra!
15. Todos nós, HOMENS, não vemos mais do que 16 cores. O salmão é um peixe, não uma cor!
16. Se eu tiver comichão, coço-me. Não importa quando, onde, nem à frente de quem!
17. A cerveja emociona-nos. Tanto como as carteiras a vocês!
18. Se eu perguntar o que é que se passa e a tua resposta for «nada», a minha reacção será como se NADA estivesse a acontecer!
19. Que diabos é a cor fúcsia??? E [WINDOWS-1252?] mais… como diabos se escreve?!
20. Não me perguntes: «Amas-me?». Tem a certeza que, se não te amasse, não estaria contigo!

domingo, 5 de outubro de 2008

O meu medo da verdade

Eu sempre acreditei que há coisas que voçê não escolhe, para torna-lo no que voçê é... Sua cidade... Sua vizinhança... Sua família... As pessoas não se orgulham destas coisas, as vezes difíceis de conseguir. Os amigos unidos pela alma. As cidades que os envolvem.
Retornei a minha cidade, depois de uma ausência consideravel, portanto tenho vivido nela grande parte da minha vida, assim como a maioria das pessoas que cá conheço. Quando nos dedicamos a procurar pessoas que a muito "desapareceram", tem de se saber onde elas começaram. Encontro pessoas começando pelos buracos da nossa sociedade, por onde elas caíram. Essa mesma cidade pode ser dura.
Quando mais jovem, perguntei a um dos meus cotas como poderia chegar ao céu, e ainda proteger-se dos males do mundo. Ele me disse o que dizia sempre as crianças, "que serão sempre ovelhas entre os lobos. Os mais sábios servos... até que a inocência se acabe".
N.S

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Coisas de Mãe

Tudo o que sempre necessitei saber, aprendi com a minha mãe...a nossa (Africanos) educação vale ouro. Passem para os vossos filhos tambem!!
Minha mãe me ensinou a APRECIAR UM TRABALHO BEM FEITO:
— 'SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO LÁ PRA FORA. EU ACABEI DE LIMPAR A CASA!!!'
Minha mãe me ensinou a TER FÉ:
— 'É MELHOR VOCÊ REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE.'
Minha mãe me ensinou a LÓGICA:
— 'PORQUE EU ESTOU A DIZER QUE É ASSIM, ACABOU, E PONTO FINAL!'
Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO:
— 'CONTINUA A CHORAR QUE EU VOU TE DAR UMA BOA RAZÃO PARA VOCÊ CHORAR!'
Minha mãe me ensinou sobre GENÉTICA:
— 'ÉS IGUALZINHO AO TRASTE DO TEU PAI!'
Minha mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES:
— 'TÁS A PENSAR QUE NASCESTE NUMA FAMÍLIA RICA?'
Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO:
— 'FECHA A BOCA E COME!!!'
Minha mãe me ensinou a ter FORÇA DE VONTADE:
— 'VAIS FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMERES TUDO'.
Minha mãe me ensinou sobre JUSTIÇA:
— 'UM DIA TERÁS OS TEUS FILHOS, E EU ESPERO QUE ELES SEJAM IGUAIS A TI... AÍ VAIS VER O QUE É BOM.'
Minha mãe me ensinou a VALORIZAR UM SORRISO:
— 'ME RESPONDE DE NOVO E EU TE PARTO OS DENTES!!!'
Minha mãe me ensinou a RETIDÃO:
— 'EU TE AJEITO NEM QUE SEJA A PANCADA!!!'
Minha mama me ensinou a SUPERAR DESAFIOS IMPOSSÍVEIS
— 'PARA DE CHORAR RAPIDO E ARRANJA ESSA CARA...JA!!'
OBRIGADO, MÃE AFRICANA!!!
in my email

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

VAMOS RECONHECER RONALDO COMO O MELHOR DO MUNDO

Exmos. Srs.
Nós, abaixo assinados, acreditamos que Cristiano Ronaldo é, indiscutivelmente, o melhor dos melhores jogadores do Mundo. O número 7 da selecção portuguesa e do Manchester United foi, no último ano, o melhor marcador da Premier League, prova na qual de Manchester. Ao feito do nosso Cristiano Ronaldo, devidamente reconhecido com a conquista da BOTA DE OURO - troféu quer premeia o melhor marcador da Europa - juntaram-se, também, a vitória na mais prestigiada competição europeia, a Liga dos Campeões, onde voltou a ser o mais profícuo dos goleadores - com 8 golos - e após a qual foi eleito pela UEFA, o melhor jogador e avançado do ano.
Destacou-se, ainda, ao serviço da selecção portuguesa, onde se assumiu como a referência da equipa e onde apenas uma lesão antiga o impediu de ser ainda mais espectacular durante o Campeonato da Europa. Mas, paralelamente aos importantes resultados desportivos que vem amealhando ao longo dos últimos anos e apesar de muito novo, Ronaldo afirmou-se, igualmente, como um ícone da juventude e é, para muitos, sinónimo de futebol espectáculo, recordando-nos através da sua magia, explosão e regularidade que a modalidade está, afinal, viva e de boa saúde.
Os dribles e golos de Ronaldo motivam aplausos, até daqueles que torcem por diferentes cores clubísticas, enchem estádios, suscitam a admiração dos adeptos e fazem os corações de milhões de pessoas em todo o Mundo vibrar de emoção. Solicitamos assim, porque consideramos ser da mais elementar justiça, que lhe seja atribuído o mais importante título mundial: O de melhor jogador do Mundo. Vote em Ronaldo, vote no Futebol!
http://www.abola.pt/cr7/



PALMARÉS DO CR7
Equipa do ano UEFA (2004)
Vice-Campeão Europeu em (2004)
Taça de Inglaterra (2004)
Jogador Jovem do ano FIFPro (2005 e 2006)
4º lugar no FIFA WORLD CUP 2006 por Portugal
Taça da Liga Inglesa (2006)
2º lugar para melhor jogador jovem do mundial de '06
Melhor Jogador Jovem da Liga Inglesa (2006)
Melhor Jogador Jovem da Liga Inglesa (2007)
Melhor Jogador da Liga Inglesa (2007)
Melhor Jogador da Liga Inglesa (2007) pela FWA.
3º Melhor Jogador do Mundo (2007)
Campeão Inglês: 2006/2007, 2007/2008
Melhor Jogador da Liga Inglesa (2008)
Melhor Marcador da Liga Inglesa (2008)
Vencedor Liga dos Campeões (2008)
Melhor Avançado da Liga dos Campeões (2008)
Melhor marcador da Liga dos Campeões (2008)
Jogador do ano (2008)
Bota de Ouro – melhor marcador Europeu (2008)

sábado, 27 de setembro de 2008

Por Angola !

A diferença entre países pobres e ricos não é a Idade do país.
Veja o caso de países como o Egito e a Índia,que tem mais de 2000 anos e são pobres...
A Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia, que há 150 anos quase não existiam e hoje são países desenvolvidos e ricos.
A diferença entre países pobres e ricos não reside nos recursos naturais disponíveis.
O Japão é a segunda economia do Mundo, com 80% de território montanhoso e impróprio para a agricultura e a criação de gado. No entanto, o país é uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o Mundo e exportando produtos manufacturados.
A Suíça, apesar do seu pequeno território, cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses por ano. Fabrica laticínios da melhor qualidade e produz o melhor chocolate do Mundo importando cacau de África. Este pequeno país, tem uma imagem de segurança, ordem e trabalho, o que o tranformou na caixa forte do Mundo.
Os executivos de países ricos em comparação com seus pares dos países pobres, mostram que não há diferença intelectual significativa.
A raça ou a cor da pele também não são importantes. Imigrantes rotulados de preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países europeus ricos.
Então,qual é a diferença?

A diferença é a atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela Educação e pela Cultura. Nos países ricos e desenvolvidos, a grande maioria das pessoas segue os seguintes princípios de Vida:
1.A ética, como princípio básico.
2.A integridade.
3.A responsabilidade.
4.O respeito pelas Leis.
5.O respeito pelo direito dos demais cidadãos.
6.O amor ao trabalho.
7.O esforço pela poupança e pelo investimento.
8.A disciplina.
9.A pontualidade.

Nos países pobres apenas uma minoria segue estes princípios básicos na sua vida diária.
Angola não é pobre porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel connosco. Somos pobres porque nos falta vontade para cumprir e ensinar esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.
N.S (in my email)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

DIVX & RMVB

O DivX ® é um codec de vídeo criado pela Divx, Inc. Ele foi produzido para ser usado em compactação de vídeo digital, deixando os vídeos com qualidade, apesar da alta compactação, utilizada para ocupar menos espaço no disco rígido.
Real Media Variable Bitrate, conhecida também pelo acrônimo RMVB, é uma extensão de bitrate variável do leque multimídia RealMedia, desenvolvido pela RealNetworks.
Consiste do tradicional arquivo .rm (arquivo Real Media com taxa de dados constante), porém com a capacidade de variar a taxa de dados de acordo com a complexidade das imagens em cada quadro do vídeo. Desta maneira se torna maior o valor da relação qualidade/tamanho. Assim o arquivo de vídeo terá a mesma qualidade com um tamanho menor que o usual.
Para se ter uma idéia da capacidade deste formato, um arquivo DivX/XviD de 700MB, contendo aproximadamente 100 minutos de vídeo com qualidade próxima à do DVD, seria reduzido para um arquivo de aproximadamente 350MB.
Estou agora mesmo a ver um filme em rmvb, um filme relativamente recente, Helboy… Graças a esses dois formatos tenho me mantido actualizado no mundo do cinema (um dos meus hobbies mais patentes). É de facto uma ajuda/prazer muito grande, poder ver filmes no PC, na ps3 e no DVD com esses formatos, dado as limitações no campo do entretenimento a que estou sujeito. Agora não me venham com conversas de que; Ah e tal, a pirataria é ilegal… devemos lutar contra ela, para ajudarmos as editoras contra esse fenómeno... Qual quê!!!, eu é que ia ficar a espera da lusomundo para ver um filme? Ahhahha, não é comigo… Eu gostaria de ir ver uns filminhos ao cinema, mas na falta de; Que venham os compactados que eu os devoro.
N.S