quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O José Mourinho é que despediu um clube

Olá, eu hoje não podia deixar de vir aqui desmentir categoricamente uma notícia que está a ser difundida pela comunicação social. Os jornais dizem que o Mourinho foi despedido! E é falso! O Mourinho não foi despedido, o Mourinho é que despediu um clube, assim é que está certo. O Mourinho é que os despediu. Uhm, não foi o Chelsea que disse; nha, a partir de agora já não és o treinador deste clube, não, não, o Mourinho é que disse; nha, a partir de agora vocês já não são o clube em que o maior trabalha, foi isto que sucedeu ahn.
O Mourinho deu uma chicotada psicológica no chelsea, foi isto. Mas mesmo admitindo que o Mourinho foi despedido, mesmo admitindo que foi despedido, até a ser despedido é o maior. Uhm é o melhor treinador do mundo, e até a ir para o olho da rua é um campeão. Eu acho que isto tem de ser sublinhado, é um homem que consegue convencer um clube a dar 30 milhões de euros ao melhor treinador do mundo, para que ele não trabalhe mais nesse clube, é uma decisão que do ponto de vista da gestão do chelsea me parece… Como é que se chama aquilo?? … Estúpida… É isso, parece-me estúpida…
Porque reparem, um dirigente dar 6 milhões de contos ao Artur Jorge para assegurar que ele nunca mais vai treinar esse clube, epá é um investimento, sim Senhora, é uma garantia de futuro, agora ao melhor do mundo??? Toma lá 6 milhões e vai-te embora!!!??? Um bocado esquisito. O que eu queria dizer-vos hoje aqui era que, José Mourinho tem a minha solidariedade! De melhor do mundo para melhor do mundo, a minha solidariedade, porque todos nós somos os melhores do mundo em qualquer coisa, só temos de descobrir o que é! Eu tive a felicidade de descobrir que modéstia parte, sou o melhor do mundo a comer pudins…sou de facto o melhor do mundo a comer pudins, e sei isto é uma coisa que José Mourinho provavelmente não o tem, nunca ninguém me ia despedir por fazer aquilo em que eu sou o melhor do mundo, que é comer pudins… Portanto, era esta a mensagem que eu queria deixar ao José mourinho, de melhor do mundo para o melhor do mundo.
http://www.youtube.com/watch?v=yWVSrLqkgOo&feature=related

By Ricardo Araújo (Gato fedorento)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

AKWÁ RESOLVE‏

Kigali (Ruanda), sábado 8 de Outubro de 2005 ....a meio do segundo tempo o seleccionador nacional decide tirar o cérebro da equipa Zinedine Figueiredo. Alguns fãs angolanos desesperavam com o desenrolar dos acontecimentos. O 0-0 persistia no placard, a Nigéria goleava o Zimbabwe. Angola estava virtualmente fora da mais alta competição desportiva do planeta (sim pq o Mundial é melhor q os JO). O cidadão Raika que assistia ao encontro na companhia de diversos amigos, espantou-se quando os seus companheiros de sofá pediam a substituição do capitão Akwá, alegando que este só jogava bem no mítico complexo desportivo da Cidadela Desportiva. Perante tal alegação, Raika, também conhecido por velha raposa destas lides desportivas, puxou dos seus argumentos e, passando a citá-lo, disse:
- Num momento destes estão todos a tremer, é preciso experiência e essa chama-se Fabrice Maieco Akwá...ja tiraram o pula q pensa (Figueiredo), agora só nos resta o Fabrice...ele não pode sair!
Qual "coincidencia" (eu chamaria-lhe outra coisa, mais do tipo "são muitos anos disto"), momentos a seguir, mais propriamente ao minuto 79, a mega estrela e capitão de equipa AKWÁ, após um cruzamento milimétrico do extremo Zé Kalanga, elevou-se mais alto que toda a gente e colocou milhões de corações a vibrar e fez verter lágrimas nos olhos de tantos outros.
É de referir ainda o magnífico pontapé de bicicleta do capitão minutos antes, lance esse que já se tornou na sua imagem de marca e que se tivesse entrado certamente hoje eu não estaria aqui a escrever este email por provável internamento cardíaco.
Já se equaciona a substituição da estátua de Agostinho Neto pela do carismático atleta nacional, um verdadeiro herói angolano.
Ass: Ricardo Martins

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Frigoríficos e Auto-estradas

Quem se afaste alguns quilómetros de Nova Iorque e entre nos seus subúrbios mergulha num ambiente surpreendente para o visitante europeu. Em vez de dormitórios incaracterísticos, trânsito confuso e áreas pouco tratadas, encontram-se ruas com poucos carros, muitos lugares para estacionar, relvados amplos, moradias, parques públicos e pequenos centros urbanos onde ainda prolifera o comércio tradicional.
Na América do Norte, suburbia não é termo depreciativo. É para os arredores das cidades que as famílias se deslocam quando adquirem aldum desafogo económico. A vida suburbana está rodeada de amenidades que para os europeus são o paraiso perdido. Parques, bibliotecas e livrarias amplas, mais árvores que casas, moradias de madeira cercadas de relvados, espaços onde as famílias fazem os churascos e as crianças brincam nos baloiços e em pequenos jardins.
De onde vem este contraste tão gritante entre os arranha-céus nova-iorquinos e as pequenas casas ajardinadas? Como foi possível criar duas urbanizações tão distintas a escassos quilómetros uma da outra? Como com todas as coisas, as respostas são múltiplas, mas há factores tecnológicos decisivos. Em primeiro lugar o aço e o elevador, que permitiram construir edifícios com mais de cinco andares, algo que seria difícil sem estruturas metálicas e sem aparelhos que levassem os residentes aos andares superiores. Foram esses dois avanços que permitiram às cidades crescer para cima e concentrar uma população elevada numa área reduzida. Mas isso não explica os subúrbios norte-americanos.
Nova Iorque propriamente dita tem cerca de 7 milhões de habitantes, cerca de metade dos quais na ilha de Manhattan. Mas a área metropolitana da cidade atinge mais de 20 milhões, o que quer dizer que a maioria vive na suburbia. Qual foi o invento que o permitiu?
Há quem diga, e com bastante razão, que foi o automóvel que possibilitou ao norte-americano esprairar-se pelos arredores das grandes metrópoles. E que foi a viatura individual que permitiu uma urbanização pouco concentrada, com inúmeras vilas que se espalham por centenas de quilómetros quadrados. Há algo de verdade nesta explicação, mas é insuficiente. Witold Rybczynski, conhecido do público através de Uma volta bem dada, dá uma resposta complementar no seu livro Cyte Life. O factor responsável pelo novo tipo de urbanização é nada mais nada menos que a invenção do frigorífico.
A ideia não é surpreendente para quem estude a história do urbanismo. O frigorífico permitiu armazenar alimentos e evitar a ida diária à mercearia, ao talho ou à peixaria. Os alimentos conservam-se muito mais tempo e compram-se em maiores quantidades. Assim, as famílias podem -se dispensar e viver longe dos centros de abastecimento, que deixaram de ser as pequenas lojas para passar a ser os supermercados. Mesmo com carro, não seria cómoda uma ida diária ao centro apenas para ir buscar o leite, o bife ou pão.
O aço, o elevador, a viatura e o frigorífico são os avanços tecnológicos responsáveis pela destruição do estilo de vida urbano tradicional. Os subúrdios do novo mundo perderam a vida de bairro, com o passeio diário à mercearia e ao café. Contudo, ganharam em comodidade e qualidade de vida. A mudança está a chegar tarde ao nosso país. Mas entre nós, segundo se vê pela desordem suburbana, os aspectos negativos sobressaem mais que os positivos. Será culpa dos frigoríficos?

in passeio aleatório (Nuno Crato)
N.S