sexta-feira, 25 de julho de 2008

O psicopata americano Bret Easton Ellis, 1991

“ Olho para a minha imagem ainda com o saco de gelo (…) ponho uma loção de limpeza profunda, a seguir uma mascara de hortelã – pimenta, que deixo ficar durante dez minutos, enquanto passo revista ás unhas dos pés. Depois o polidor de dentes probright e a seguir o polidor de dentes interplak (para além da escova de dentes). (…) Tipo a mascara com uma loção mentolada. (…) No duche uso primeiro um gel esfoliante. O champô Vidal sesson é muito bom para tirar a camada de suor seco, sais, óleos poluentes aéreos e sujidade que fazem o cabelo ficar colado á cabeça e dão um ar mais velho. (…) Força do chuveiro e seco, torno a vestir os boxers Ralph Lauren e, antes de pôr o mousse a raser, um creme de barbear da Pour Hommes, encosto uma toalha quente á cara durante dois minutos para amaciar os pêlos, o que descobri facilita a remoção dos pelos. Depois espalho hidratante (para mim clinique) e deixo-o fazer efeito durante um minuto. (…) Revê-se usar um tónico anti-bacteriano sem álcool, numa bola de algodão húmido para normalizar a pele. A aplicação de hidratante é o passo final.”

5 comentários:

Anónimo disse...

Há quem diga que prefere o filme ao livro, e quem diga que prefere o livro ao filme. Eu confesso que gosto dos dois, embora o ponto de vista narrativo mude de um para outro. Estou a falar do filme O Psicopata Americano, de Mary Harron, em exibição em Lisboa, adaptado do livro do mesmo nome.O romance de Bret Easton Ellis provocou, quando foi publicado, uma desordenada polémica entre os admiradores cult do escritor, que vinham do seu primeiro livro, Less Than Zero, e os moralistas e puritanos americanos. Ellis, que publicou Less Than Zero em 1985, nunca escreveu mansinho, e sujeitou a sua técnica narrativa a uma apurada descrição do espírito do seu tempo, e dos costumes desse tempo. A anarquia sentimental, a depravação endinheirada, a infinita possibilidade da escolha e o tédio existencial que lhe subjaz são os temas de Ellis. Tem-se a sensação, ao lê-lo, de que aquilo que ele conta não vem da oficina da imaginação e sim da simples observação do autor, ele próprio um produto dessa geração doirada que se constitui como nova geração perdida, sem o talento e sem a generosidade da de Fitzgerald e Hemingway. Uma geração perdida por causa do dinheiro e não por causa da guerra.
A passagem do tempo, e a maturidade, transformaram Ellis num grande escritor, como o provam American Psycho e Glamorama, o seu último romance ( e até The Informers, uma ficção esquecida e menos famosa do que as outras e nem por isso de menos qualidade). Talvez a notoriedade do autor, que se seguiu a Less Than Zero e que catapultou Ellis, juntamente com o seu grupo, McInerney, Janowitz, Leavitt et alia, para as luzes da ribalta, tenha ajudado a obscurecer a importância da obra de um dos mais importantes prosadores americanos do fim do século XX. Se querem saber o que são os anos oitenta e noventa em Los Angeles e Nova Iorque, os anos da ganância e da decadência, do excesso e do materialismo, do deboche e do vazio, de espectáculo e do narcisismo, procurem Bret Easton Ellis. Está lá tudo.
De facto, tendo sido atacado pelos moralistas por causa do grafismo das cenas de American Psycho, da sua «pornografia», Ellis é o maior moralista de todos, o relator da vida do império americano considerado como o centro do mundo civilizado, tal como a Roma Antiga. O Psicopata Americano descreve algo que existe, não inventa, apenas se limita a exagerar. E a matar.
A diferença entre o livro e o filme, ambos dotados de uma elegância exemplar e cortantes como o gume de uma faca afiada (imagem adequada dado o conteúdo dos dois) está no sexo dos autores. A conhecida misoginia de Ellis evidencia-se no romance, no pormenor da descrição dos crimes, no tratamento das personagens femininas, as vítimas, todas elas de cartão e cola e sem substância, por comparação com as masculinas, que são o motor e o centro da acção.
No filme, feito por uma mulher, as mulheres mortas ganham uma densidade e, no caso da prostituta, uma densidade patética, despertando a pena do espectador. Mary Harron opõe o seu psicopata às sua vítimas, coisa que Ellis nunca faz, visto que se limita a enumerá-las e nomeá-las. Nem o filme nem o livro se resolvem a partir daqui. É no estilo, na forma da caricatura, e até no extremo formalismo da narrativa, que o filme e o livro se definem e ganham consistência.
Ellis é um formalista, sem ser um experimentalista. E é quase, quase perfeito quando quer. Em Glamorama (que é sobre o mundo da moda e dos top models, tal como A. Psycho é sobre os varões de Wall Street ) nada está lá por caso, e a técnica narrativa é de uma dificuldade que só o génio alivia. Ellis foi famoso cedo demais, é agora vale a pena lê-lo.

Clara Ferreira Alves

Anónimo disse...

"É um filme brilhante pela capacidade da realizadora em refinar com classe a brutalidade do livro de Brett Easton Ellis. O filme escapa às cenas mais violentas do livro, mas mesmo assim consegue fazer um retrato fiel da mente perturbada do personagem. Adorei o filme, mas recomendo ainda mais o livro. Sem dúvidas, totalmente perturbador."

Anónimo disse...

"Filme maravilhoso. Uma grande surpresa neste ano de filmes tediosos e sem graça. Possui uma atmosfera envolvente e um final extremamente desconcertante. Não confundam este filme com violência gratuita, pois não é disso que se trata. Que assim o ver não tem a menor base crítica e/ou cultural. Ele consegue prender a atenção do começo ao fim que, por sinal, é o grande clímax do filme. Se vale a pena? Somente se você já se enjoou de "Titanic"s, "Godzilla"s, "Dinossauro"s, assassinos

Anónimo disse...

"O filme surpreende a cada instante e o final é excelente. Os atores estão bem em seus papéis e as cenas de violência são justificadas ao final. Ao lado de "Fight Clube" este filme leva os espectadores à uma viagem a mente de um serial killer.

Anónimo disse...

Psicopata Americano
Christian Bale é um jovem com vida dupla: ao mesmo tempo que trabalha em Wall Street e segue uma vida comum, é um serial killer que mata sem medir as consequências. Com Willem Dafoe, Reese Whisterpoon e Chloë Sevigny no elenco e direção de Mary Harron.

Ficha Técnica
Título Original: American Psycho
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 104 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2000
Site Oficial: www.americanpsycho.com
Estúdio: Warner Bros. / Muse Productions / Lion Gates Film Inc.
Distribuição: Lions Gate Film Inc.
Direção: Mary Harron
Roteiro: Mary Harron e Guinevere Turner, baseado em livro de Bret Easton Ellis
Produção: Christian Halsey Solomon, Chris Hanley, Edward R. Pressman e Ron Rotholtz
Música: John Cale
Direção de Fotografia: Andrzej Sekula
Desenho de Produção: Gideon Ponte
Direção de Arte: Andrew M. Stearn
Figurino: Isis Mussenden
Edição: Andrew Marcus


Elenco
Christian Bale (Patrick Bateman)
Willem Dafoe (Donald Kimball)
Jared Leto (Paul Owen)
Reese Whisterpoon (Evelyn Williams)
Samantha Mathis (Courtney Rawlinson)
Chloë Sevigny (Jean)
Justin Theroux (Timothy Bryce)
Josh Lucas (Craig McDermott)
Guinevere Turner (Elizabeth)
Matt Ross (Luis Carruthers)


Sinopse
Patrick Bateman (Christian Bale) é jovem, branco, bonito e sem nada que o diferencie de seus colegas de Wall Street. Protegido pela conformidade, privilégio e riqueza, Bateman é também um serial killer, que vaga livremente e sem receios em busca de uma nova vítima. Seus impulsos assassinos são abastecidos por um zeloso materialismo e uma inveja torturante quando ele encontra alguém que possui mais do que ele. Após um colega dar-lhe um cartão de visitas melhor que o seu em tinta e papel, a sede de sangue de Bateman surge e ele aumenta ainda mais suas atividades homicidas, tornando-se um perigoso e violento psicopata.