segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Diexim expresso – k “voe convosco”, comigo é que já não

O meu périplo de indignação para com a Diexim é uma historia um tanto quanto caricata. È frustrante perder-mos um voo por termos chegado atrasados, mas ainda é mais frustrante chegarmos uma hora antes da hora de partida e sermos informados que o voo já era, e se juntarmos a isto todo um leque de incompetência por parte desta organização…, bem… dá vontade de iniciar uma revolução.
Aproveitei comprar o meu bilhete no sábado, dia 20/09/2008 por volta das 13 horas, quando precisei de ir ao aeroporto doméstico de Luanda, tinha chegado aquela cidade um dia antes. Somos angolanos e parece que criamos o hábito de tentar cumprir sempre com o velho ditado “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”, um ditado que se ajusta na perfeição à nossa sociedade. No entanto, o meu bilhete (serial number 01924646), pago com os meus suados 100 dólares informava-me que devia estar as 10.30 no aeroporto para o check in e que a hora de partida do voo seria as 12.30, horário fixo da empresa para o voo de Luanda – Catumbela aos domingos, penso que há mais um voo manhã cedo mais não vem ao caso.
Depois de ter feito o check in, meia hora sensivelmente depois da hora de início do mesmo, fui despedir-me dos meus amigos que se encontravam a uns 50 metros de mim, se calhar nem tanto. Estive meia hora com eles e decidi ir para a sala de embarque, afinal já só faltavam 60 minutos para a partida do meu voo. Para o meu espanto fui informado que o mesmo já havia partido, bem, fiquei incrédulo perante tal facto, depois de algumas trocas de palavras com os bonecos mal mandados, que se encontram por detrás da cabine dessa desorganizada empresa, a fazerem caras de pessoas más – artificio comumente usado por quem quer esconder sua falta de conteúdo por trás da pose - não disseram palavra alguma a não ser a frase: “o senhor devia estar na sala de embarque”.
Fui dar a conhecer aos meus amigos (um grande abraço a esses dois grandes guerreiros, guerreiros esses que se viram livres, certamente, do pacifismo formatado a todos angolanos pela nossa sociedade) que não me tinha despachado. Estes, sem exitação decidiram entrar na minha luta, uma luta por um direito, direito de ser ouvido e respeitado como outro cidadão qualquer.
A verdade é que, quando se chega ao ponto de reagir aos acontecimentos dessa natureza com uma aceitação total e absoluta, estamos a ser desrespeitados porque queremos, porque somos impotentes a todo um sistema que se criou ao longo dos anos.
Voltando a questão fulcral da minha indignação, quero apenas deixar patente que essa empresa carece de uma gestão mais organizada a todos os níveis, principalmente de recursos humanos. Numa das trocas de palavras do meu amigos para com uma das funcionárias, esta, disse que ele se estava a comportar como um analfabeto. O que é isso? Reivindicar direitos agora é sinónimo de analfabetismo?
Nisso tudo, uma das funcionárias age por instinto e sai-se com uma frase mesmo ao seu nível, “Tomam lá o vosso dinheiro”, Meus amigos, será que eu deveria ter agredecido por ela ter sido generosa comigo?
Não tardou muito e felizmente a boa nova, chegaram dois agentes da autoridade. Há algumas instituições da justiça que funcionam e que se propõem a ajudar, de forma eficaz, rápida e clara, que conforto! Com todo o respeito, caro leitor… Não era o caso, a imponência era tal que mal conseguiram perceber o que se passava. Tentando criar soluções enquanto contava a minha epopeia à polícia, fizemos parecer uma contraproposta valida às minhas reivindicações de ressarcimentos que seria a remarcação da minha viagem para hoje dia 22 de Setembro de 2008 no primeiro voo das 6.30 da manhã.
Notam-se algumas mudanças nas empresas inseridas no mercado angolano, algumas estão de facto melhores, outras mantem-se num estado de estagnação… Esta, portanto a empresa em causa, parece ter tido uma grande mudança, deixou de atrasar os seus serviços e mostrar que podem ser mais rápidos do que o relógio, partindo mesmo antes de chegarem os clientes, clientes que num mercado normal seriam o grande sustento de companhias como esta, pelos vistos não é o que acontece, porque esta está pouco se lixando para o que serve, está-se lixando se fideliza ou não clientes, comportando-se como uma gestora de uma frota de táxis, como os nossos famosos “hiaces”, onde se senta quem chegou primeiro ou empurra com mais força, vai de pé quem chegou depois ou os mais fracos, estaciona, carrega e cá vai mais uma viagem.

Eu fiquei particularmente feliz ao sucedido, quem sabe se, começarmos a estimular mais pessoas a reclamar os seus direitos contra as companhias deficientes como esta, pode ser que essas companhias aprendam a dar mais valor e ter mais respeito para com os seus clientes, bem como criar um sentimento de compreensão no seio dos seus funcionários nos momentos em que as pessoas reclamarem contra eles.

By Nuno Santos

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois, isso é demais.

Há meses atras, viajei ao Lubango, também no voo da DIEXIN. Movido pela prudência, comprei um bilhete de ida e volta. Fui numa 6f para regressar numa 2F às 8h. Saimos da Catumbela, ai com mais de 1h de atraso (até aqui tudo normal, em regra o atraso dos voos na nossa praça é uma normalidade). Às 7h (hora do chekin in) de 2f lá xeguei no aeroporto do Lubango. Espantosamente, nao encontrei nenhum dos funcionários da companhia, julguei que estava a assistir a mais uma coisa normal, só mais um atraso. Contudo, o tempo foi passando, quando dei por mim, era 9h e os funcionarios da companhia teimavam em aparecer. A coisa ja estava a ficar normal demais! Ás 9h30 nao resisti, telefonei a um funcionário da mesma companhia, mas de Benguela. O mesmo estava a dormir, disse-me que o voo havia sido cancelado. E o meu orçamento estava quase esgotado, dei por mim, no Lubango, com 130usd no bolso, e ter que esperar 3 dias para o proximo voo. Felizmente, o voo da SONAIR, naquele dia, nao fugindo a normalidade, atrazou e escalou Lubango às 11h com destino a Catumbela. Aproveitei e estoirei os meus 130usd para comprar um bilhete e vim pela SONAIR. Posto em Benguela, a DIEXIN informou-me que podia usar o bilhete numa proxima oportunidade que fosse ao Lubango. Como dizem os tugas, "granda lata"! Felizmente hoje apenas viajo de carro, so em caso de emergencia viajo de avião, Deus nos livres dessas companhias. O nosso grande azar, é que a nossa companhia de bandeira, parece ser pior que elas todas juntas.
Tal como as nossas universidades. As privadas são uma coisa de sonhar ou de ter pesadelos, mas a Publica, Deus nos salve!
David Boio